segunda-feira, 04 de março, 2013

Vice-liderança é ambição da Microsoft

A Microsoft é uma participante tradicional do Mobile World Congress (MWC), maior evento de telefonia móvel do mundo, realizado uma vez por ano em Barcelona. Nesta edição, a companhia resolveu inovar. Está participando do MWC a distância. Alugou todas as suntuosas salas de reuniões do Hotel El Palace, a 15 minutos de carro do evento. No hotel de 1919, que preserva o estilo neoclássico, a maior companhia de software do mundo recebeu clientes e parceiros comerciais durante toda a semana, em um espaço forrado de tapeçarias, cortinas de seda, espelhos e cristais.
"Na feira, é difícil conversar, é difícil manter uma relação de negócios; há muita gente, muito ruído, não há ordem", disse ao Valor o presidente da Microsoft para a América Latina, Henán Rincón. A Microsoft é dona do Skype, o serviço de chamadas telefônicas via internet, que concorre com as operadoras tradicionais. A distância serve para se manter longe dos olhos das rivais? "De jeito nenhum, as operadoras são nossas clientes", disse Rincón, que se reuniu nesta semana com Antônio Carlos Valente, presidente da Telefônica/Vivo.
Até o fim do ano, Microsoft pretende ocupar o segundo lugar em sistemas operacionais para dispositivos móveis na América Latina, com o Windows Phone, passando à frente da canadense BlackBerry, dona do software de mesmo nome.
A meta é ousada: hoje, informa a Microsoft, com base em dados da empresa de pesquisas IDC, o Windows Phone tem cerca de 10% de participação no mercado latino-americano, no qual a BlackBerry detém 20%. "Queremos ter 25% até o fim deste ano", afirmou Rincón. Dessa forma, a empresa só ficaria atrás do Android, do Google.
Para conseguir esse feito, a empresa conta com os novos smartphones, mais acessíveis, lançados pela Nokia nesta semana e a versão 365 do pacote de software Office, que pode ser instalado em qualquer aparelho, inclusive smartphones.
Mesmo o aparelho mais caro da nova linha da Nokia, o Lumia 720, tem um preço mais acessível (€ 249) que a média do mercado, disse o executivo. "Agora, sim, temos um portfólio com várias faixas de preço", afirmou Rincón.
Para a Microsoft, concentrar o sistema operacional Windows Phone nos aparelhos da Nokia não é uma desvantagem, disse o executivo. Na prática, afirmou Rincón, os demais sistemas também têm um parceiro principal. "O Android é mais usado em aparelhos Samsung, enquanto o iOS, líder mundial entre os aparelhos de alto valor, é apenas da Apple", disse. "A Nokia é uma parceira muito importante, embora não seja a única no mundo a oferecer o nosso sistema." Em alguns países, a Microsoft tem parceria com a LG e a HTC. Essa última deixou o mercado brasileiro no ano passado.
Para Rincón, o mais importante é que o Windows Phone é familiar ao usuário. A familiaridade é um ponto importante para a companhia, que detém o domínio em vários segmentos no mercado de computadores pessoais. É o caso do Office, que reúne produtos populares como Word e Excel.
O Office 365 para assinantes residenciais oferece esses softwares, com itens adicionais como 60 minutos de Skype para chamadas, locais ou internacionais, serviço de armazenamento na nuvem e atualização do software. "Uma família de até cinco pessoas pode instalar [o pacote] em todos os aparelhos: notebooks, tablets, smartphones, ao custo total de US$ 99 ao ano. São US$ 0,30 ao dia", disse Rincón.
Na quarta-feira, a Microsoft lançou na América Latina o Office 365 para pequenas empresas, que têm até 10 empregados, e outro para médias empresas, com 11 a 250 funcionários. "No pacote para pequenas empresas, oferecemos basicamente o mesmo conteúdo do pacote das famílias, além das ferramentas Lync e Sharepoint. Tudo por US$ 150 ao ano por empregado". No Brasil, a Microsoft América Latina tem parceria com a Telefônica/Vivo para chegar às pequenas e médias empresas.
Valor Econômico
Produtos relacionados
Ver esta noticia em: english
Outras noticias
DATAMARK LTDA. © Copyright 1998-2024 ®All rights reserved.Av. Brig. Faria Lima,1993 3º andar 01452-001 São Paulo/SP