Mercado brasileiro de tênis movimenta R$ 18 bi

Apesar da renda per capita menor, parte dos consumidores brasileiros de calçados esportivos está disposta a pagar tão caro quanto os suíços para ter um tênis no pé. Levantamento da GfK, empresa de análise de mercado, informa que entre os consumidores brasileiros desses produtos, 10% desembolsaram acima de US$ 150 por um modelo esportivo em 2012. Entre os suíços, 18% pagaram o mesmo valor. Ainda segundo a pesquisa, entres os consumidores sul-africanos ou chilenos, menos de 1% paga acima de US$ 150. Por aqui, 45% paga entre US$ 50 e US$ 99 e 34% dos consumidores, menos de US$ 49.
No ano passado, o mercado brasileiro de calçados esportivos vendeu 117 milhões de pares e faturou R$ 18 bilhões, um aumento de 3% em volume e valor sobre o ano anterior. Dividido nos segmentos multiesporte, lazer, futebol e corrida, este último tem ganho destaque pelo aumento de interesse pelo esporte. De 2005 a 2011, houve aumento de 85% no número de provas oficiais.
Os calçados de corrida, em 2011, correspondiam a 13% do volume total do mercado. No ano passado, 17%. As marcas globais especializadas em corrida ampliaram sua participação de 15% em 2011, para 21% no ano passado. As marcas globais representam 67% das vendas do segmento de corrida no Brasil.
Na categoria de futebol, 62% das vendas estão concentradas em marcas globais e 63% são produtos acima de R$ 150.
Para o diretor geral da GfK, José Guedes, a disparidade de preço do produto no mercado indica que há potencial de consumo. "E cabe a pergunta: vale produzir esse calçado no Brasil em vez de importar?"
A expectativa, com a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de 2014, é de que haja uma antecipação de venda da calçados esportivos como aconteceu na Copa da África do Sul. Segundo a GfK, em 2010, as vendas de calçados de futebol se concentraram nos meses que antecederam a Copa do Mundo e no mês do evento. Além disso, 20% das vendas realizadas durante o ano da Copa foram em faixas de preço mais altas.