quarta-feira, 06 de março, 2013

Calçadistas terão problemas neste ano

O setor de calçados tem apresentado uma série de dificuldades para garantir margens positivas em seu balanço financeiro. Enquanto empresas, como a Grendene, afirmam estarem confiantes com o crescimento do mercado interno, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) vai contra e mantém cautela com o desempenho das empresas do setor para 2013.
Heitor Klein diretor executivo da entidade explica que a importação de calçados — principalmente da China —, e a falta de uma lei específica antidumping (quando a venda ocorre com um preço abaixo do pratica no mercado interno) tem afetado o crescimento das vendas dos produtos brasileiros. “O consumo interno crescia anualmente 10%. Em 2012 esse número caiu para 5% e acredito que deve ficar em torno de 4% neste ano”, destaca o executivo.
De acordo com Klein, com o custo dos produtos mais alto (já que envolvem carga tributária, legislação trabalhista sobre o valor da mão de obra, custos com logística, além da taxa de câmbio), o Brasil vem perdendo espaço dentro e fora do país.“As exportações nunca foram mais de 25% da produção. Atualmente estão em torno de 10%”, afirma o executivo.
Na visão da associação, os produtos produzidos no país enfrentam uma “condição desigual de competitividade”. “Empresas são fechadas porque é difícil competir com os produtos importados”, ressalta.
O caso mais recente foi o da Vulcabrás, que no final do ano passado anunciou o fechamento de 12 fábricas na Bahia. A empresa afirmou que o encerramento das atividades ocorreu em decorrência do aumento de competição.
Segundo o diretor da Abicalçados, a falta de atratividade nos preços dos produtos pode fazer com que a balança comercial fique negativa. “Tem ocorrido uma queda na exportação. Caímos de US$ 1,8 bilhão em 2008 para US$ 1,1 bilhão no ano passado”, compara Klein que afirma que o Brasil tem sido muito cauteloso com a implantação de leis que favoreçam o setor calçadista.
Perspectiva
O cenário pouco favorável pode pressionar o resultado financeiro de empresas do setor como a Alpargatas. A companhia, dona da marca Havaianas, deve apresentar lucro líquido de R$ 294,7 milhões em 2012, queda de 4,15% ante o ano anterior. O resultado leva em consideração, estimativas do mercado de que o lucro líquido no quarto trimestre ficou em R$ 81 milhões.
Já a Arezzo deve mostrar um caminho diferente. Com base na expectativa de que o lucro líquido tenha atingindo R$ 30,6 milhões no trimestre, a companhia deve fechar 2012 com resultado de R$ 95,8 milhões, uma alta de 4,57% ante 2011.
Brasil Econômico
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