AB Inbev vê forte expansão na China no 1º trimestre

A fabricante de cerveja Anheuser-Busch Inbev (AB Inbev) pretende investir US$ 3,7 bilhões neste ano, com aumento de 19,7% em relação aos US$ 3,09 bilhões alocados no ano passado. Seu comando avalia que haverá forte crescimento de receita na China, com o primeiro trimestre já demonstrando essa tendência. Nos Estados Unidos e no Brasil, porém, este início de ano mostra-se mais fraco.
A renda mais comprometida do consumidor nos EUA e a alta base de comparação por conta do calor observado há 12 meses seriam os responsáveis pelo desempenho inferior no período, segundo a empresa. No Brasil, as chuvas e o clima mais ameno no verão podem comprometer a performance.
Ainda assim, Carlos Brito, CEO da AB Inbev, avalia que há espaço para aumentar margens nos EUA neste ano. "2012 foi um importante ponto de virada, depois de três anos de mercados mais fracos", disse o executivo ontem.
Quanto à receita por hectolitro, o grupo espera um leve aumento acima da inflação, em 2013, nos países em que atua. O custo por hectolitro, porém, subiria cerca de 5% no período, por causa do impacto cambial do real frente ao dólar, principalmente, além da valorização das commodities mundialmente.
Sobre a aquisição do mexicano Grupo Modelo, atualmente está suspensa pelo Departamento de Justiça dos EUA, a companhia não revelou nenhuma informação nova. Em 14 de fevereiro, a AB Inbev propôs vender uma cervejaria de alta tecnologia operada no México e abrir mão de seus direitos perpétuos sobre as marcas de cerveja Corona e Modelo nos EUA. É esperada uma decisão até 19 de março.
Em 2012 como um todo, o lucro da AB Inbev avançou 23,7%, para US$ 7,24 bilhões, enquanto a receita líquida subiu 1,8%, chegando a US$ 39,76 bilhões.
No quarto trimestre de 2012, a AB Inbev registrou lucro líquido de US$ 1,76 bilhão, uma queda de 5,1% em bases anuais. Perdas registradas com custos de financiamento e operações de proteção contra variação cambial de US$ 227 milhões causaram a queda do lucro líquido. Nos mesmos três meses de 2011, o resultado financeiro havia ficado positivo em US$ 200 milhões. A receita líquida, por sua vez, cresceu 4,3%, atingindo US$ 10,29 bilhões.
O resultado final ficou abaixo do que o mercado esperava. A média de projeções de 12 analistas apontava para um lucro líquido de US$ 2 bilhões. O faturamento, no entanto, superou os US$ 10,21 bilhões previstos pelos bancos.
Houve avanço no volume de bebidas comercializadas. A maior parte da quantidade foi observada na América Latina, especialmente no Brasil. AB Inbev teve aumento de receita em quase todas as regiões em que atua. Na Europa Ocidental, porém, houve queda de 1,8%, para US$ 907 milhões. O resto do continente registrou receita 2,4% menor, para US$ 375 milhões.
O lucro antes de juros e impostos (Ebit, na sigla em inglês) cresceu, indo de US$ 3,55 bilhões para US$ 3,67 bilhões em 12 meses.