Unilever planeja três fábricas até 2016 no país

A anglo-holandesa Unilever amplia sua capacidade no Brasil, segundo maior mercado da companhia, para atingir a meta global de dobrar de tamanho em dez anos, até 2020. A multinacional terá mais duas fábricas no Brasil até 2016, além da unidade em construção em Aguaí (SP), completando doze instalações. Na sexta-feira, a empresa também inaugurou seu segundo maior centro de distribuição no país, em Pouso Alegre (MG).
É um ritmo de expansão bem mais acelerado do que nos últimos anos - a última fábrica inaugurada pela Unilever no Brasil foi em 2005, no complexo de Suape, na região metropolitana de Pernambuco.
A fábrica de Aguaí, prevista para 2015, deve iniciar a produção com categorias de higiene pessoal e limpeza, que puxam o crescimento da companhia no país. Nesses segmentos, a Unilever fabrica os xampus Seda e TreSemmé, os sabonetes Dove, os lava-roupas Omo e os limpadores de superfície Cif e Vim, entre outros. Será a maior unidade industrial do grupo no país, com 1 milhão de metros quadrados. As duas outras ainda não têm localização e não necessariamente serão em terrenos novos, segundo José Negrete, vice-presidente da cadeia de fornecimento da Unilever.
O investimento de R$ 200 milhões no novo centro de distribuição no Sul de Minas foi feito pela RB Capital, especializada em investimentos imobiliários. "É um dos mais modernos centros de distribuição da Unilever no mundo", afirma Negrete. A empresa de logística DHL, parceira global da Unilever, ficará responsável pela operação. A Unilever tem contrato de longo prazo com as duas companhias.
O centro de distribuição tem 90 mil metros quadrados e capacidade para dobrar de tamanho nos próximos anos. O prédio fica na rodovia Fernão Dias, próximo à fábrica da companhia em Pouso Alegre, que produz os sucos a base de soja Ades e as sopas e temperos Knorr.
A unidade vai armazenar todos os sucos Ades produzidos na cidade, além de itens de cuidados pessoais e limpeza vindos das duas fábricas da companhia no Estado de São Paulo (e de Aguaí a partir de 2015) e de Goiânia, onde são fabricadas as maioneses Arisco e Hellmann's. Alguns itens importados, como produtos em aerossol vindos da Argentina, também serão faturados no local.
De Pouso Alegre, as mercadorias serão despachadas diretamente para varejistas ou para centros de distribuição regionais da companhia no país - hoje são 25. De acordo com a Unilever, Minas Gerais e Rio de Janeiro serão os Estados mais beneficiados pela logística, além de algumas regiões do Nordeste.
Juntos, o novo centro de distribuição e o de Louveira (SP) - o maior da empresa no Brasil - vão faturar entre 60% e 70% de todo o volume de produtos da Unilever distribuídos no país. A unidade de Louveira está próxima à saturação, e o novo armazém vai absorver o aumento da demanda. A companhia tem ainda um terceiro hub (centro de distribuição) no país, no complexo de Suape (PE).
O novo hub será importante para receber os sucos Ades, cujo volume de vendas cresceu muito nos últimos anos, afirmou Negrete. O executivo afirmou que, após o recall de um lote de produtos em março, a fábrica opera normalmente e retomou o volume de produção normal. No entanto, em seu balanço do terceiro trimestre a Unilever informou que as vendas no Brasil foram afetadas negativamente pelo problema, além de terem sido impactadas pela implementação do software de gestão SAP.
A operação brasileira faturou R$ 13,6 bilhões em 2012, em alta de 12,4% sobre o ano anterior. No primeiro semestre deste ano, a companhia conseguiu manter crescimento semelhante, de acordo com o presidente da Unilever no Brasil, o argentino Fernando Fernandez.