quarta-feira, 13 de novembro, 2013

Natura volta a investir no mercado externo em 2014

A brasileira Natura tem um grande desafio para os próximos anos: conseguir definitivamente internacionalizar a marca. Para isso, a gigante dos cosméticos, que já fez várias tentativas neste sentido, vai novamente concentrar esforços nessa tarefa a partir de 2014.
A empresa - que atualmente está presente em alguns países da América Latina, como Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Peru e México, além da França, na Europa - já deu o primeiro grande passo neste sentido em dezembro de 2012, quando comprou, por R$ 148 milhões, 65% de participação na marca de cosméticos australiana Aesop, que atua em 11 países, englobando os mercados situados no continente asiático, europeu e norte-americano.
Na ocasião, a Natura afirmou que a aquisição ajudaria a aumentar a exposição da marca em regiões além da América Latina, permitindo também a troca de experiências entre as empresas.
"Apostamos muito em nossas operações internacionais e seguimos atentos a tudo o que acontece no cenário mundial. Temos esse grande desafio de internacionalizar a marca e pretendemos entrar em vários mercados a partir de 2014", explica o vice-presidente de marcas e negócios da Natura, José Vicente Marino.
De acordo com o executivo, a companhia utilizará várias estratégias para ampliar sua presença no exterior. A principal delas, no entanto, está baseada na construção de parcerias locais. "Não fizemos uma lista com os nomes das regiões nas quais gostaríamos de atuar, pois estamos mais preocupados com as parcerias que podemos estabelecer", diz Marino.
Na visão do profissional, conquistar um mercado estrangeiro, conseguindo oferecer algo novo, é uma tarefa complexa e difícil de ser realizada sozinho. "Sabemos que não podemos fazer isso sozinhos. Precisamos de parceiros e essas ações em conjunto podem acontecer na área de produção, joint venture, entre outros", diz.
O executivo explica que em diversos mercados a Natura é uma "desafiante". "Atualmente, nosso principal desafio consiste em como estabelecer a venda direta nesses países", explica Marino.
De acordo com o executivo, a empresa também deve investir na fabricação de produtos exclusivos para os mercados estrangeiros nos quais atua, com o objetivo de atender às demandas locais em relação a qualidade e custo.
"A concorrência lá fora é mais acirrada do que a observada no mercado brasileiro. Por isso, investimos em inovação para oferecer itens diferenciados", afirma.
Tentativas
A companhia deu início ao seu processo de internacionalização na década de 80, quando começou a atender alguns países da América Latina. Desde então, a marca vem elevando seus aportes nesta área para ampliar a presença de seus cosméticos no mundo.
Em 2011, antes da aquisição da australiana Aesop, a atuação da Natura em mercados estrangeiros atingiu uma receita líquida de R$ 503,8 milhões, enquanto os negócios no território nacional somaram R$ 5,08 bilhões.
Já no ano passado, as movimentações no mercado internacional contribuíram para uma receita líquida de R$ 734,4 milhões, enquanto o mercado nacional foi responsável por uma receita de R$ 5,61 bilhões. Na ocasião, a marca afirmou que o número de consultoras da Natura na América Latina havia chegado a casa das 302 mil profissionais.
De acordo com a companhia, isso representou um crescimento de 22,8% no número de consultoras trabalhando com a Natura na América Latina, em comparação com o mesmo período de 2011.
Ainda segundo a empresa, os avanços obtidos nos últimos anos com as operações internacionais fizeram com que a área encerrasse 2012, representando cerca de 11,6% da receita líquida total obtida pela Natura.
Em entrevista ao DCI, Marino também confirmou que a companhia tem capital e interesse em realizar novas aquisições, mas "não pode fornecer mais informações sobre esse assunto".
"Já fabricamos localmente na Argentina, na Colômbia e no México para atender a demanda local. Estamos interessados na expansão, e aquisição é uma das possibilidades", concluiu.
Pelo oitavo ano consecutivo, a Natura conquistou o Prêmio DCI Empresas Mais Admiradas, no quesito Cosméticos, na edição de 2013.
Diário Comércio Indústria e Serviços – 12/11/2013
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