sexta-feira, 01 de novembro, 2013

Com produto mais caro, Avon eleva receita no Brasil

A receita da Avon no Brasil cresceu 1% no terceiro trimestre, ante o mesmo período do ano passado. Em dólar constante, o indicador aumentou 13%, beneficiado em quatro pontos percentuais por créditos de impostos no país.
Com base no resultado trimestral, o comando da Avon considerou que a estratégia de lançar produtos com apelo local e preços mais altos foi bem-sucedida. "O Brasil é um bom exemplo onde investimos em publicidade, precificação e produtos mais caros, e eles estão se saindo excepcionalmente bem", disse ontem Sheri McCoy, CEO da Avon, a analistas.
Entre os lançamentos de beleza, a diretora financeira da Avon, Kimberly Ross, destacou a linha de maquiagem Avon Color, os hidratantes Encanto e o perfume Garota de Ipanema. "Esses produtos foram desenvolvidos especificamente para o mercado brasileiro, e fomos capazes de lançá-los com sucesso a um preço mais alto", afirmou.
No entanto, o aumento nos preços no país fez com que o volume de produtos vendidos pela companhia caísse em seu principal segmento, o de beleza. A Avon não informou quanto, mas na América Latina houve recuo de 6% no número de unidades vendidas.
Kimberly também disse que no ano passado a Avon liquidou estoques no Brasil no terceiro trimestre, portanto a base de comparação é alta. "Este ano, com a melhor gestão dos inventários, a gente não precisou fazer isso", disse mais tarde ao Valor o vice-presidente executivo da Avon no Brasil, Ricardo Patrocínio.
Em dólares constantes, a receita do segmento de moda e casa aumentou 18% no Brasil no terceiro trimestre, como resultado de mudanças em merchandising e preços implementadas ao longo do último ano, afirmou Kimberly na teleconferência sobre o balanço. A venda de produtos de beleza cresceu 6% em valor, próximo à rival Natura, que teve alta de 5,4% na receita no período.
Segundo ela, o ritmo de crescimento na receita consolidada não deve se repetir no quarto trimestre, devido à base de comparação forte em igual período de 2012.
A Avon registrou prejuízo de US$ 5,5 milhões no terceiro trimestre, ante lucro líquido atribuído aos acionistas de US$ 31,6 milhões no mesmo período do ano passado. A receita líquida da multinacional caiu 8% no mundo e somou US$ 2,26 bilhões.
Na América Latina, o lucro operacional da Avon recuou 14%, para US$ 121,7 milhões. A receita da companhia caiu 5% na região, para US$ 1,2 bilhão. Em dólar constante, houve alta de 6%.
A Ásia Pacífico apresentou o maior recuo nas vendas, de 22%, puxada por uma queda de 67% na China. Na América do Norte, a receita encolheu 19%. Na região que engloba Europa, Oriente Médio e África, a receita ficou estável.
A Avon informou ontem que a SEC, que regula o mercado de capitais americano, propôs um acordo com valor "significativamente" maior do que os US$ 12 milhões que a companhia havia sugerido para encerrar um processo em que é acusada de subornar autoridades em países como China, Brasil e México. Caso um acordo nesse novo patamar seja fechado, a Avon disse que seu negócio seria afetado substancialmente.
Valor Econômico - 01/11/2013
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