quinta-feira, 10 de janeiro, 2013

Cobb-Vantress quer produzir o frango do futuro no Brasil

Na primeira semana útil do ano, a agenda de Jairo Arenazio, diretor-geral da Cobb-Vantress no Brasil está disputadíssima. Isso porque a companhia, uma das subsidiárias da norte-americana Tyson Foods, está colocando em prática seu novo plano estratégico, que deve render um aumento de 40% nas exportações de matrizes produzidas no Brasil. “Nosso foco é investir no melhoramento genético e na maior qualidade das matrizes, com isso, vamos produzir o frango do futuro”, diz Arenazi.
O que o executivo chama de frango do futuro é um animal que é produzido com a mais alta genética desenvolvida, onde são exigidas e selecionadas cerca de 50 características em cada animal. Entre elas estão a capacidade de ingerir menor quantidade de ração, maior ganho de peso, menor espaço de tempo para o abate e maior rendimento de carnes nobres. “Com isso conseguimos reduzir cerca de 6% os custos de produção e o consumidor tem uma carne de melhor qualidade à mesa”, diz.
Por isso, a companhia mantém dois laboratórios de melhoramento genético, nos Estados Unidos e na Holanda, onde por ano são investidos US$ 25 milhões em pesquisa e desenvolvimento. De lá sai a genética das aves nascidas no Brasil.
A Cobb-Vantress chegou ao país em 1995 e desde então ampliou a sua participação no mercado brasileiro. Globalmente, a companhia é a maior fornecedora de aves (matrizes) para a produção de frangos, comercializando 23 milhões de aves por ano e 10% da genética avícola do mundo. Por aqui, a companhia responde por 75% do mercado de reprodutoras.
A companhia não faz abate e nem criação de frangos para o processamento frigorífico, concentra-se apenas no desenvolvimento de fêmeas que fornecerão sua genética aos herdeiros — no caso os frangos. Segundo Arenazio, 80% dos frangos abatidos na BRF, têm a genética produzida pela Cobb.
Das instalações brasileiras da companhia saem matrizes para Chile, Peru, Colômbia, Venezuela, Paraguai, Argentina e Equador, países onde, segundo Arenazio, a demanda por frango vem crescendo. Além disso, a unidade brasileira se prepara para exportar à China, África do Sul e Rússia. No ano passado, a companhia dobrou o volume de matrizes exportadas a partir do Brasil, atingindo 2,5 milhões de aves embarcadas. “Queremos fazer da América do Sul um dos nossos principais mercados dentro do grupo”, explica Arenazi.
Para isso, a companhia está investindo cerca de US$ 20 milhões na construção de um novo complexo para aves no interior de Minas Gerais. Ali, a Cobb já mantém outro complexo, com o criatório de ovos e uma granja climatizada para a criação das aves. A empresa também mantém unidades produtoras no Paraná, Rio Grande do Sul, interior de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Mas o foco da companhia neste ano não está em ampliar as vendas, mas em agregar mais valor a seus produtos, com as pesquisas que vem desenvolvendo.
Arenazio explica que a retração da economia na Europa e a alta das commodities impactou a cadeia. “Houve impacto no desempenho dos frigoríficos e se refletiu no nosso trabalho.”
Segundo ele, a alta dos preços do milho e da soja, usados na ração para alimentar as matrizes, aumentou em 18% o custo produtivo, que foi repassado às empresas que por sua vez, reajustaram o preço nas gôndolas. “Acredito que nos próximos dois anos os preços se manterão elevados”, diz.
Em contrapartida, o consumo segue crescendo. Dados da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) apontam que o consumo per capita de frango no Brasil saltou de 29,9 quilos em 2000 para 47,3 quilos em 2011. O mercado interno responde por 60% da demanda.
Brasil Econômico
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