quarta-feira, 19 de setembro, 2018

Fabricantes de panetones apostam em perfil premium de baixo custo

Diante da concorrência da produção artesanal e da perspectiva de poder de compra do consumidor ainda modesto, fabricantes de panetones buscam crescer apostando em produtos de perfil premium, presenteável e de baixo custo. “Neste ano, esperamos 30% de crescimento nas vendas. Vamos ampliar nossa linha de frutas especiais, segmento recheado e apostamos no formato de mini-panetones, que permite um preço acessível para um produto de maior valor agregado”, conta o gerente de marketing da Nestlé, Caio Soella.No período de crise econômica, o mercado observou uma tendência do panetone tornar-se o principal presente de fim de ano. De acordo com pesquisa da Kantar Worldpanel, 21,4% dos lares brasileiros foram presenteados com panetones entre novembro de 2017 e janeiro de 2018. “Em momentos em que o consumidor tem maior dificuldade de presentear, o produto se torna uma alternativa nesse sentido”, explica a gerente de trademarketing da Panco, Paula FavaOutro movimento observado no ano passado foi o crescimento dos segmentos recheados e sem frutas. “A nossa principal aposta é a linha de recheados. É o diferencial de nossa marca e já corresponde a quase 50% dos produtos. Tentamos oferecer panetones diferenciados com preços acessíveis”, declara o gerente de categoria da Arcor, Raphael Fernandes. Ele afirma que a empresa está otimista e projeta 5% de crescimento nas vendas em 2018. A Panco traz como lançamento o panetone integral. “Além da nossa linha tradicional, buscamos esse produto de apelo para o mercado, com preço acessível e embalagem premium”, conta Paula.O diretor da Romanato, Romulo Romanato, também prevê crescimento. “Esperamos melhora de desempenho entre 10% a 15%. Atuamos em duas linhas, uma para consumo diário e outra para presentes de fim de ano. Ambas tem crescido.” Ele admite que o setor enfrenta concorrência de produções artesanais, como de panificadoras, mas conta que a empresa busca se aproveitar desse nicho. “Além das grandes fabricantes, existe toda essa gama de manufatura. Porém, nós fazemos parcerias com redes de mercados e padarias para explorar essa demanda.”Soella revela que a Nestlé trará um portfólio com conceito mais artesanal e receitas na embalagem para trazer aos clientes as diferentes formas de preparo de panetones. Reajuste Embora os fabricantes admitam preocupação com a valorização do dólar ante ao real e seu consequente impacto no preço da farinha de trigo, principal matéria-prima da mercadoria, a perspectiva é de que o repasse ao consumidor seja inferior à taxa de valorização da moeda. “O aumento do dólar é inconveniente, mas temos mecanismos de proteção cambial. Além disso, compramos insumos para outras linhas de produção e nos beneficiamos pelo volume. Haverá um aumento de 2% na linha de frutas especiais, que é inferior à valorização do câmbio”, ressalta Soella.Romanato destaca que a empresa fez as compras do insumo no primeiro semestre e evitou o momento de maior variação cambial. “Nós compramos entre abril e maio. Além disso, o real desvalorizado favorece nossas exportações. A Romanato atua no mercado externo, vendendo para EUA e América Latina.”O presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães e Bolos Industrializados (Abimapi), Claudio Zanão, prevê crescimento de vendas de 7% a 8% para o setor, apesar do aumento de preços. Entre novembro de 2017 e janeiro desse ano, mais de 29 milhões de famílias consumiram panetone em 53,2% dos lares do País. Neste período, o volume de vendas foi de 39 mil toneladas, 13% a mais que o ano anterior. Em faturamento, a categoria movimentou R$ 600 milhões.
DCI - 19/09/2018
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