segunda-feira, 12 de setembro, 2016

Dell e EMC concluem maior fusão do setor e minimizam sobreposições

São Paulo - Considerada a maior aquisição da história no mercado de tecnologia, a compra da fornecedora de infraestrutura para data centers e software EMC pela Dell foi oficialmente concluída. O Brasil será um dos poucos mercados onde as empresas coexistirão, ao lado de Índia, China, México e EUA.
Ambas as companhias - tanto a Dell, voltada para o consumidor final, quanto a recém-batizada Dell EMC, focada em infraestrutura para empresas - ficarão sob o chapéu da recém-criada Dell Technologies, operando de maneira "estrategicamente alinhada, mas independente", de acordo com o presidente da Dell no Brasil, Luis Gonçalves, que está liderando o processo de fusão no Brasil ao lado de Carlos Cunha, até então presidente da EMC no País.
Durante encontro com a imprensa realizado ontem (8), Cunha afirmou que a sobreposição gerada pela fusão será "muito pequena", minimizando a possibilidade de cortes e admitindo ainda que alguns dos funcionários da EMC migrarão para a Dell, enquanto outros farão o caminho inverso; anúncios de novos executivos para as duas estruturas devem acontecer nas próximas semanas. Já o programa de canais de ambas deve ser integrado e se tornar único até fevereiro do ano que vem. "70% da equipe da EMC já trabalhou com a Dell desde 2005", justificou Cunha, afirmando que a parceria de longa data deve facilitar a junção dos times.
Maturada desde outubro passado, a compra da EMC - orçada em US$ 67 bilhões - resultou na maior empresa de tecnologia do mundo com capital fechado; juntas, a Dell e a adquirida geram receitas anuais de US$ 74 bilhões. O "pacote" da aquisição ainda engloba a RSA (cibersegurança) e Virtustream (aplicações para nuvem), que serão integralmente controladas pela compradora. Já a Pivotal (provedora de plataformas de software), a SecureWorks (cibersegurança) e a popular ferramenta de virtualização VMWare - que atuavam junto à EMC em modelo de federação - ficarão ligadas à Dell via participação acionária.
Nas nuvens
As motivações do negócio que gerou uma das maiores gigantes do mundo no campo da tecnologia é clara: a crescente importância da nuvem (ou cloud). Com o advento da tecnologia, serviços e aplicações outrora onerosos se tornaram acessíveis, uma vez que a nuvem permite contratações no estilo "pague o quanto usar". A dita "transformação digital", ou o fluxo de empresas que abandonam o modelo "tradicional" de TI - muito dependente de data center e hardware - em prol do "novo", cada vez mais virtualizado, não passa desapercebida às grandes do segmento, como Microsoft, HP e Intel. Todas elas - com graus variados de sucesso - já possuem iniciativas de adequação ao ambiente cloud, que também interessa cada vez mais ao Google. Com um serviço de nuvem consolidado (o AWS), a Amazon é uma das companhias melhor colocadas no segmento atualmente.
Entretanto, a Dell Technologies não deve - pelo menos em um primeiro momento - competir frontalmente com o AWS, que tem na nuvem pública (mais barata e de fácil acesso via internet, porém compartilhada) o seu carro-chefe; o foco recairá sobre as opções de nuvem híbridas. "Não adianta pensar que as empresas vão migrar e simplesmente jogar fora [a infraestrutura de TI já existente]", afirma Carlos Cunha. "Elas vão ter que coexistir e essa é a nossa proposta."
Segundo a IDC Brasil, 56% das empresas brasileiras possuíam, no início do ano, planos de transformação digital agendados para 2016. Em 2015, o crescimento de 20% na contratação de serviços de nuvem protegeu o segmento de TI de uma queda maior que os 2,6% identificados no ano.
PCs
Já o mercado de computadores pessoais - que atravessa momento conturbado em escala global - deu seu primeiro sinal de reação no País: de acordo com dados divulgados ontem pela IDC Brasil e referentes ao segundo trimestre, o segmento voltou a crescer após um ano e meio de retrações consecutivas; em 2015, a o tombo do mercado bateu os 36%.
Foram vendidos 1,182 milhão de computadores entre janeiro e abril, número 13% que o registrado nos três primeiros meses do ano; na comparação interanual, contudo, a queda foi de 28%. Do total comercializado entre abril e junho, 436 mil unidades eram desktops e 746 mil, notebooks. Cerca de 382 mil máquinas do montante de 1,182 milhão tiveram o mercado corporativo como destino.
DCI
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