segunda-feira, 02 de agosto, 2021

Gol de placa

Malefício da maior crise elétrica desde 2001, decorrente dos reservatórios à míngua, a conta de luz aumentou, em média, 8,12% apenas em julho. Como a tendência é de piora do custo do quilowatt-hora, deslancha a demanda por sistemas de captação de energia renovável, bem mais barata. Fala por si a montagem de 132,7 mil usinas fotovoltaicas no Brasil durante o primeiro semestre. O Nordeste sai bem nessa foto em razão da alta incidência de luz solar, garantia de retorno mais rápido do investimento.
Na ativa há 11 anos em São José de Mipibu, no Rio Grande do Norte, a recicladora de poliolefinas Acquaforte começa a degustar esse desafogo nas despesas operacionais. Completado em julho, o balanço de um ano em campo de sua usina de geração própria de energia solar cintila um corte de 70% nos gastos com eletricidade.
“Estimo a economia obtida em R$360.000 neste exercício inicial”, comemora o presidente Modesto Cunha de Azevedo. “A participação média da energia em nossos custos de produção caiu de 20% para 10%”.
Sediada a 30 km de Natal e controlada pelo presidente e o sócio Stephen Azevedo, a Acquaforte recicla na faixa de 100 t/mês e executa as etapas de separação por cor dos resíduos pós-consumo de polietileno e polipropileno, lavagem, secagem e extrusão. Uma fração do material recuperado é destinada à produção de cadeiras, mesas, caixas, mangueiras de irrigação e isoladores de cerca elétrica.
“Dispomos de quatro injetoras e cinco extrusoras”, esclarece Modesto Azevedo, situando seu consumo anual de eletricidade na média de 840.000 kWh. Por sinal, ele conta, foi após ampliar a quantidade máquinas e constatar a salgada subida na conta de luz, que decidiu recorrer à usina fotovoltaica. “Devido ao valor de R$ 2 milhões do investimento, a aprovação de crédito do banco levou dois anos”, assinala o presidente.
Com nome feito na implantação de soluções fotovoltaicas no Nordeste, a Enerbras foi contratada para viabilizar o ingresso da Acquaforte entre as empresas produtoras da energia que demandam. “O projeto ficou pronto em apenas seis meses e prevemos o retorno do capital em cinco anos”, situa Azevedo. Antes orçada em torno de R$ 50.000,00 a tarifa mensal de energia da recicladora hoje está na faixa de R$ 15.000,00.
A usina da Acquaforte tem capacidade para gerar 700.000 kWh, energia solar captada pelas placas da alemã Q CELLS alojadas no topo da fábrica que ocupa 250.000 m². Os painéis operam conectados a 12 inversores fotovoltaicos da austríaca Fronius e transformam a corrente elétrica contínua em alternada, distribuída em várias dependências da planta.
“Escolhemos o modelo Eco 27 por ser o mais robusto dos inversores da marca, todos com garantia estendida de até sete anos”, justifica Helder Ferreira, diretor geral da Enerbras, cujo trabalho exclusivo com a Fronius abrange mais de 500 projetos de geração de energia solar. “Os 12 inversores mobilizaram cerca de 10% do investimento total da Acquaforte e, se instalados de forma correta, a vida útil deles pode alcançar de 15 a 20 anos”, estima o dirigente. •
plásticos em revista - 02/08/2021
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