quinta-feira, 17 de junho, 2021

Construção avança em serviços especializados e cai em obras de infraestrutura

De 2010 para 2019, houve perda de espaço das obras de infraestrutura, que foi compensada pelo avanço do segmento de construção de edifícios, que assumiu a liderança em 2019.
A indústria da construção teve perda de participação entre 2010 e 2019 nas obras de infraestrutura no valor gerado pelo setor - caiu de 44,1% para 32,2%. Já a construção de edifícios avançou de 39,1% para 44,2% no período. E a maior alta foi em serviços especializados para construção: de 16,8% para 23,6%.
É o que aponta a Pesquisa Anual da Indústria da Construção (PAIC), divulgada nesta quinta-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os três setores da indústria da construção contribuíram, em 2019, com os seguintes montantes em valor de incorporações, obras ou serviços da construção: Construção de edifícios (R$ 127,3 bilhões), Obras de infraestrutura (R$ 92,8 bilhões) e Serviços especializados para construção (R$ 67,9 bilhões).
“Os serviços especializados para construção são contratados pelas grandes empresas de obras a exemplo de demolição e preparação do terreno, instalações elétricas e hidráulicas, pintura e obras de acabamento. Isso demonstra uma mudança estrutural com redução da verticalização das grandes construtoras e maior especialização”, explica o analista da pesquisa, Marcelo Miranda.
Já a participação do setor público na indústria da construção caiu 11,1 pontos percentuais, passando de 41,4% em 2010 para 30,3% em 2019. O segmento de obras de infraestrutura, que sempre contou com participação significativa do setor público, teve a queda mais acentuada, de 8,4 pontos percentuais, passando de 59,7% para 51,3%, no período. A participação do segmento de construção de edifícios recuou de 26,9% para 20,5%, enquanto a dos serviços especializados para construção caiu 6,5 pontos percentuais, de 24,4% para 17,9%.
- Perda de postos de trabalho
As empresas da construção empregavam um total de 1.903.715 de pessoas ao fim de 2019, contingente 22,5% menor do que em 2010 (2.457.809). Nesse período, o setor perdeu cerca de 554,1 mil postos de trabalho.
O auge da ocupação no setor ocorreu em 2013, com cerca de 2,968 milhões de trabalhadores. Desse momento até 2019, a perda de postos de trabalho chegou a 35,9% (ou menos 1,1 milhão). Desde 2010, a queda foi mais intensa nos segmentos de Construção de Edifícios (33,5%, ou menos 334.422 postos) e no de Obras de Infraestrutura (32,3% ou 269.720 postos de trabalho a menos).
Já nos Serviços Especializados para Construção, a ocupação cresceu 8%, passando de 622,726 mil para 672,774 mil vagas, entre 2010 e 2019.
Entre 2018 e 2019, a indústria da construção ganhou 32.472 postos de trabalho, primeira alta desde 2014. As expansões se deram em Serviços especializados para a construção (9,5%, ou 58.489 postos a mais) e em Obras de infraestrutura (3,1% ou mais 17.226 postos de trabalho). A queda foi na Construção de edifícios, de 6,1%, ou menos 43.243 vagas.
Em 10 anos, serviços especializados para construção tornou-se a atividade com a maior parcela (35,3%) da população ocupada na indústria da construção, com Construção de edifícios (34,9%) e Obras de infraestrutura (29,8%).
“Depois de muitos anos de queda, o número de pessoas ocupadas cresceu 1,7% e o valor de salários subiu 2,7%. Essa recuperação é impulsionada pelo segmento de serviços especializados para construção, que cresceu 8,2% em salários pagos e 9,5% em pessoal ocupado. Esse ganho ameniza a perda de 13,6% no período de queda constante de 2014 a 2019. O segmento também ultrapassou, em 2019, a atividade de construção de edifícios como a que mais emprega na indústria da construção, com 35,3% do total de ocupados, ante 34,9% da construção de edifícios”, diz o analista da pesquisa.
- Queda na remuneração
De 2010 a 2019, a remuneração média paga pela indústria da construção oscilou entre 2,7 e 2,3 salários mínimos. O segmento de obras de infraestrutura mostrou a remuneração média mais elevada e a maior variação salarial, entre 3,7 a 2,8 salários mínimos mensais, no período de 10 anos analisado.
Prime News - 17/06/2021
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