segunda-feira, 24 de maio, 2021

A nuvem é indispensável para o omnichannel

O processo de transformação digital do varejo se tornou ainda mais necessário e desafiador a partir de 2020, com o crescimento da demanda dos consumidores pelas compras online e pela necessidade de adotar o trabalho remoto. Para as empresas do setor, o desafio é consolidar uma experiência de compra uniforme e sem barreiras, tanto no ponto de venda físico quanto nos canais online, mantendo a capacidade operacional e produtiva das equipes mesmo a distância.
Essa é uma questão que envolve, principalmente, decisões relacionadas à tecnologia da informação. Redes varejistas que se anteciparam em relação a esse ponto, saíram na frente e ganharam vantagem competitiva. É o caso da Coop, a maior cooperativa de consumo da América Latina, e do Grupo Malwee, uma das principais empresas de moda do país.
O que as duas marcas têm em comum? Iniciaram a migração de seus sistemas internos para serviços na nuvem ainda antes da pandemia.
No primeiro trimestre de 2021, o gerente de Tecnologia da Informação da Coop, Milton Molina, e o head de Omnichannel da Malwee, Luciano André Baramarchi, participaram do webinar Aceleração digital do varejo: como inovar com rapidez em tempos de incerteza, promovido pela SAP, líder de mercado em softwares corporativos.
Durante o evento, os gestores revelaram os motivos que levaram à migração dos sistemas e os benefícios dessa mudança.
“A Coop, até pouco tempo, trabalhava da maneira convencional, com sistema on premise, quando você tem tudo [infraestrutura de sistemas] dentro de casa, e estamos mudando isso”, contou Molina. “Estamos passando por uma transição, agora, bem grande, migrando tudo para a nuvem, literalmente, contratando tudo como serviço. Por quê? Porque deixamos na mão de um especialista, temos condições de calibrar o uso que precisamos e não nos preocupamos com coisas do dia a dia."
Molina destaca que a preocupação da empresa varejista deve se voltar para o negócio, “que é oferecer uma boa experiência para as pessoas, deixando a parte de infraestrutura, de hardware, para quem domina bem esse assunto”. Segundo o gerente, a transição vivenciada atualmente pela Coop é fruto de um planejamento estratégico iniciado em 2018, que tinha a arquitetura de sistemas como uma das vertentes do plano.
“A gente não pensa só em hardware ou só em software, ou seja, em equipamento e aplicação, mas a gente pensa em negócio.”
Na Malwee, o processo de migração para a nuvem também foi iniciado antes da pandemia, entre 2019 e 2020. Baramarchi afirma que a migração ocorreu de forma tranquila e sem incidentes. A primeira prova de que a escolha foi benéfica para a empresa veio em março de 2020, quando o grupo precisou colocar 700 funcionários em trabalho remoto. “Era algo que precisava ser feito de uma forma simples”, declara. “Colocamos 700 pessoas em home office em três dias. A facilidade que a gente teve para fazer essa mudança sem perder performance, com as pessoas rendendo tanto quanto rendiam, fazendo tudo o que já faziam com a mesma facilidade que tinham quando estavam aqui dentro, não tem preço.”
Baramarchi avalia que o contexto atual do varejo é o de “fusão entre mundo online e offline, onde cada vez mais o consumidor é o centro de tudo e a gente tem que atendê-lo com a mesma experiência, seja lá o canal em que ele esteja”. Nesse novo cenário, o cliente deve enxergar a marca e a empresa como uma coisa só. “Quem conseguir fazer bem essa transição, onde o consumidor não veja mais diferença entre o online e o offline, vai sair na frente nos próximos anos.”
Esse nível de entrega para o consumidor depende de uma operação omnichannel bem estruturada e com tecnologia de ponta.
“Aqui na Coop temos trabalhado muito o omnichannel. A gente não está se preocupando de onde o cliente vem, temos que ter tecnologia suficiente para identificar o cliente, seja de onde ele for”, relata Molina. “Temos que estar preparados para capturar esse cliente e oferecer o que ele espera, porque os perfis de consumidores são diferentes. Então, a gente tem trabalhado a ideia de experiência um a um, como se fosse uma experiência personalizada.”
Por isso, Molina sublinha que a hora da mudança é agora. “Estamos indo para cloud, temos uma expectativa muito boa de ganho de produtividade, de ter uma infraestrutura ilimitada (esse é um problema quando se tem equipamento on premise) e uma performance otimizada.”
O gerente acrescenta que a rede conseguiu adequar os sistemas com um custo-benefício muito bom, o que “acaba sendo uma vantagem competitiva para a empresa porque conseguimos plugar os sistemas às novas tecnologias de uma maneira mais fácil”.
Molina sustenta que o sistema em nuvem é um caminho sem volta para o varejo. “Vemos a cloud como uma grande oportunidade. Existe no mercado um pouco de receio, mas é uma tendência natural, é seguro. Mais dia menos dia todo mundo estará lá.”
superVarejo - 20/05/2021
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