terça-feira, 02 de fevereiro, 2021

Produção industrial tem queda pelo segundo ano seguido, aponta IBGE

A produção industrial brasileira encerrou 2020 com um tombo de 4,5%, apontam os dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este foi o segundo ano de recuo da indústria nacional - em 2019 ela havia recuado 1,1% - e o pior resultado desde 2016.
A queda acumulada no ano ocorreu apesar de a produção industrial ter registrado, em dezembro, o oitavo mês seguido de alta.
“É claro que há uma melhora da produção industrial, mas ainda há muito espaço para ela crescer e não é em função das perdas provocadas pela pandemia, inclusive porque este é o segundo ano seguido de queda”, enfatizou o gerente da pesquisa, André Macedo.
De acordo com o IBGE, o recuo na produção foi disseminado em todo o setor industrial do país. Todas as quatro grandes categorias econômicas da indústria tiveram resultados negativos. Mas, foi a produção automotiva que mais impactou no resultado geral.O resultado para cada uma das quatro categorias da indústria foi:
Bens duráveis: -19,8%
Bens de capital: -9,8%
Bens de consumo: -8.9%
Bens intermediários: -1,1%
A queda de bens duráveis foi puxada, segundo o IBGE, pela fabricação de automóveis, que recuou 34,6% no ano. Considerando o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias, a queda foi de 28,1%, que é mais relacionada aos veículos de transportes, como caminhões.
O IBGE destacou, ainda, que resultados negativos foram observados em 20 dos 26 ramos, 53 dos 79 grupos e 60,6% dos 805 produtos pesquisados.
- Alta pelo segundo trimestre seguido
Considerando a análise trimestral do setor industrial, a produção teve alta pelo segundo trimestre seguido - nos dois primeiros trimestres do ano o setor havia registrado queda.
De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, o setor fechou o quarto trimestre com alta de 5,1% em relação ao trimestre anterior. No terceiro, a alta havia sido de 22,3%.
Já no segundo trimestre, a produção havia recuado 17,5%, enquanto no primeiro trimestre a queda havia sido de -2,5% em relação ao quatro trimestre de 2019.
- Oito meses seguidos de alta
Na passagem de novembro para dezembro, a produção industrial avançou 0,9%, completando oito meses seguidos de alta. Neste período, o setor acumulou ganhos de 41,8%, eliminando completamente a perda acumulada de 27,1% nos meses de março e abril, auge da crise provocada pela pandemia do coronavírus.
Com o resultado de dezembro, o patamar de produção ficou 3,4% acima do registrado em fevereiro, mês em que ainda não havia efeitos da pandemia. Todavia, com o fechamento do ano, o patamar de produção ainda ficou 13,2% abaixo do seu nível recorde, alcançado em maio de 2011.
O gerente da pesquisa, André Macedo, ponderou, no entanto, que o atual patamar de produção é o maior desde dezembro de 2017, "mostrando que há dinamismo no setor". Ele lembrou, ainda, que em abril, o setor atingiu seu ponto mais baixo de toda a série histórica, operando quase 39% abaixo do pico de maio de 2011.
G1 - 02/02/2021
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