quarta-feira, 27 de outubro, 2021

Reabertura da economia impulsiona a recuperação do mercado de trabalho

A taxa de desemprego brasileira recuou de 13,7%, no trimestre móvel até julho, para 13,2%, no trimestre móvel até agosto, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - Contínua (PNAD Contínua), divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado foi melhor que o esperado pela XP e pelo consenso de mercado, de 13,4%. Descontados os efeitos sazonais (estimativas próprias), a taxa de desocupação declinou de 13,5% para 13,1% entre julho e agosto.
De acordo com o relatório assinado por Rodolfo Margato, economista da XP, pelas expectativas da corretora, tanto a população ocupada total quanto a força de trabalho avançaram em agosto.
"No primeiro caso, calculamos elevação mensal de 1,4% (totalizando 90,1 milhões de pessoas), o quinto resultado positivo consecutivo. Enquanto isso, a PEA (População Economicamente Ativa) exibiu alta de 0,6% no mesmo período, chegando a 103,8 milhões. A reabertura da economia tem propiciado uma recuperação gradual e consistente do nível de emprego desde meados do 2º trimestre", diz Margato.
O economista explica que, em agosto, a população ocupada e a força de trabalho estavam 4,3% e 2,3% abaixo dos respectivos níveis registrados antes da eclosão da pandemia.
"Caso a PEA estivesse no mesmo patamar de fevereiro de 2020, estimamos que a taxa de desemprego seria de 15,2% na leitura referente ao oitavo mês de 2021", afirma.
- Rendimento real efetivo médio contrai 1,5%
Na passagem de julho e agosto, o rendimento real efetivo médio contraiu 1,5% e chegou a cerca de R$ 2.510/mês. Esse foi o terceiro resultado negativo seguido com base em cálculos mensais dessazonalizados da XP.
"Inflação persistentemente alta, ampla ociosidade no mercado de trabalho e mudanças na composição da população ocupada (participação crescente das categorias de emprego informal que, em média, possuem rendimentos mais baixos) explicam a manutenção do rendimento médio da economia brasileira em níveis deprimidos", diz.
O indicador está cerca de 4% aquém dos patamares vistos antes da pandemia de Covid-19.
Com isso, a massa de rendimento real efetiva - que combina rendimento médio com população ocupada - ficou praticamente estável em agosto (queda de 0,2% ante julho, interrompendo uma sequência de cinco leituras positivas na margem).
A variável está 6,2% abaixo dos níveis observados no início de 2020.
- Informalidade
As categorias de emprego informal acompanhados pela PNAD Contínua permanecem em rota de recuperação, na esteira da redução das restrições de mobilidade e retomada do setor de serviços.
Segundo as estimativas da XP, a população ocupada sem carteira assinada teve expansão de 2% entre julho e agosto, a quinta alta consecutiva.
Com isso, o nível de emprego informal totalizou 39,3 milhões de pessoas, cerca de 1,2 milhão abaixo do contingente registrado antes da pandemia.
- Emprego formal
Por sua vez, a população empregada formal cresceu 0,7% no mesmo período, somando 50,8 milhões (havia cerca de 53,5 milhões de trabalhadores com carteira assinada antes do surto da Covid-19).
- Projeções
A XP estima que a taxa de desemprego encerrará 2021 a 12,6%, de 14,7% em 2020, com base na série dessazonalizada.
Para o final de 2022, por sua vez, a XP vê a taxa de desocupação em 12,2%.
"Para as médias anuais, prevemos 13,7% e 12,4%. A nosso ver, a desaceleração (acentuada) da atividade econômica esperada para o decorrer de 2022 impedirá um recuo mais expressivo da taxa de desemprego brasileira", afirma Margato.
A XP também divulgou suas novas projeções para o PIB. Para 2021, há a estimativa de crescimento em 5,0%; já para 2022, a expansão deve ser de 0,8%.
SpaceMoney - 27/10/2021
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