Fiat Chrysler e PSA Peugeot anunciam fusão para formar 4ª maior montadora do mundo

Milão - A Fiat Chrysler Automobiles (FCA) e o Grupo PSA, dono da Peugeot e da Citroën, anunciaram nesta quinta-feira, 31, que fecharam um acordo de fusão que resultará na quarta maior montadora automobilística do mundo, com valor de mercado de US$ 48,4 bilhões. A companhia ficará atrás da alemã Volkswagen, da aliança entre Renault-Nissan-Mitsubishi e da japonesa Toyota. Pelo acordo, os acionistas dos dois grupos, FCA e PSA, inicialmente serão proprietários de 50% da nova companhia, segundo comunicado conjunto emitido quinta. Os papéis serão negociados em Nova York, Milão e Paris no pregão da Euronext. A sede da nova companhia deverá ser na Holanda. As automobilísticas disseram que esperam gerar 3,7 bilhões de euros (US$ 4,11 bilhões) em sinergias anuais quando estiverem totalmente integradas e que não há planos de fechar nenhuma fábrica. O presidente da FCA, o italo-americano John Elkann, será o presidente da nova montadora, enquanto o executivo-chefe da PSA, Carlos Tavares, que é português, atuará como CEO com mandato inicial de cinco anos. O grupo terá 11 membros de conselho, sendo seis da PSA e cinco da FCA. A estimativa é que a companhia resultante da fusão deverá ter um resultado de vendas anual de quase 9 milhões de veículos, com receita total de aproximadamente US$ 190 bilhões e lucro recorrente operacional de mais de US$ 12 bilhões. Os números são baseados em resultados de 2018. Até este momento, o projeto parece ter o apoio da França, proprietária de 12% das ações da PSA, já que o Estado europeu reagiu de forma favorável à ideia, de acordo com o ministro da Economia do país, Bruno le Maire. O governo afirmou que seguirá "especialmente atento" para que se mantenham os postos de trabalho industriais da França. As Bolsas europeias receberam a notícia da fusão com sinais mistos. As ações da PSA, cotadas em Paris, caíram cerca de 9% às 6h, horário de Brasília, enquanto que, em Milão, as ações da Fiat-Chrysler dispararam em quase 10%. Na França, os representantes dos sindicatos CGT e FO no grupo da PSA criticaram a decisão de instalar a nova sede na Holanda. / Dow Jones Newswires/Reuters e AFP