sexta-feira, 29 de junho, 2018

Agências revisam metas de olho na economia

As revisões econômicas não devem passar batidas pelo segmento de turismo corporativo. Após a nova revisão do PIB, divulgado pelo Banco Central, e a queda de confiança dos consumidores e empresários, o setor espera crescimento entre 5% e 6%, ao invés dos dois dígitos previstos no início do ano.As projeções são da Associação Brasileira de Viagens Corporativas (Abracorp). Segundo o presidente do conselho de administração da entidade, Carlos Prado, o início do ano ficou dentro do previsto, contudo, a demora da retomada e a queda da confiança do consumidor e do empresariado devem impactar o desempenho dos próximos meses.“Estamos otimistas, só que para quem esperava 12%, 13% ou mais para recuperar a queda de 2014 a 2016, talvez não dê. Infelizmente, vai ficar para depois do novo presidente um maior aquecimento do turismo corporativo.”Em junho, ele conta que já é possível observar o enfraquecimento da retomada vista no início do ano. "O que percebemos é que esperávamos um número e vimos outro. Pelo menos dentro da minha agência [Tour House] estamos 8% abaixo [da meta do mês].”No caso do mês de junho, outro fator que acabou prejudicando foi a Copa do Mundo.De acordo com dados recém divulgados pela entidade, no primeiro trimestre o crescimento da receita foi de 17,48%, na comparação com o mesmo período do ano anterior. O desempenho está acima do observado nos últimos anos. No acumulado de 2014 e 2016, os associados tiveram queda de 28%. Já em 2017, a movimentação do segmento foi de 12%. Além dos fatores macroeconômicos, outras pressões que têm afetado o nicho é a valorização do dólar frente o real. “Os projetos já firmados de viagens, eventos e turismo de incentivo no exterior vão ser realizados. Já os novos projetos estão sendo colocados de lado ou sendo transferidos para o Brasil”, diz Prado. Segundo ele, a comercialização de bilhete aéreo teve um impacto, mas ainda pequeno se comparado às viagens de incentivo ou convenções de vendas no exterior.Na percepção do vice-presidente do conselho de administração da Abracorp, Luis Vabo, mesmo quem iria para reuniões pontuais acabou por postergar a viagem. “São muitas reuniões ao longo do ano e muitos pensaram ‘vamos fazer um conference call, vamos fazer um pouco mais tarde ou em vez de mandar três executivos vamos mandar dois ou um’”, acrescenta Vabo.Na explicação do diretor executivo da Abracorp, Jahy Carvalho, como os orçamentos de viagens – definidos anualmente pelos clientes – são calculados em reais, a medida que o dólar tem uma variação de alta, as empresas começam a ficar atentas. “Se houver um projeto de alguma viagem que possa ser reduzida ou possa esperar alguns dias, isso influencia”, destacou Carvalho. Segundo os dados do primeiro trimestre, todos os segmentos tiveram alta, com exceção dos itens “demais serviços internacionais” (-21,39%), seguro de viagem internacional (-14,91%) e pacotes de viagens internacionais (-1,07%).Mudanças institucionais Ontem (28) a entidade estreou sua nova ferramenta de business intelligence (BI), o Abracorp Inteligência de Dados, que reúne informações segmentadas de seus 28 associados. Além disso, a associação lançou um guia de boas práticas para clientes, associados e fornecedores. “É um novo momento para a entidade, iniciamos o movimento há mais de dois anos e agora estamos fazendo algumas entregas”, comentou Carlos Prado. A tendência é que em uma segunda fase, a ferramenta de BI fique ainda mais dinâmica.
DCI - 29/06/2018
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