Gigantes japonesas iniciam briga pelo mercado brasileiro de itens baratos

São Paulo - Diante da ampla aceitação da varejista japonesa Daiso entre os consumidores brasileiros, agora é a vez de sua rival Miniso traçar um plano de expansão no País. Com o objetivo de aliar qualidade a uma oferta acessível, ambas as redes investem para conquistar espaço no mercado brasileiro.
Fundada no Japão, em 2013, a Miniso viu uma oportunidade de explorar um público ávido por preços acessíveis no Brasil. Exemplo disso, a rede mal desembarcou em São Paulo e já promete inaugurar ao menos 50 lojas no estado até o final deste ano; investimento inicial estimado em R$ 4,8 milhões. "Desenvolvemos um projeto de expansão para o Brasil desde o ano passado, visto que este é um dos maiores países do mundo e possui enorme potencial de mercado para os negócios da Miniso. Acreditamos que teremos muito sucesso no País", comentou o presidente da Miniso no Brasil, Frank Wei ao DCI.
Apesar do plano ousado para os primeiros meses da Miniso no Brasil, engana-se quem pensa que a empresa vai parar por aí. Com objetivo de faturar R$ 100 milhões e abrir cerca de 50 lojas em São Paulo até o término de 2017 - as duas primeiras unidades da marca foram inauguradas nos últimos 15 dias -, a rede multinacional promete espalhar operações pelas principais cidades brasileiras. Para 2018, por exemplo, a Miniso projeta ao menos quatro unidades no Rio de Janeiro. Ao todo, o plano de expansão da varejista visa terminar 2020 com 2 mil operações no Brasil.
"Comercializamos itens de R$ 3 a R$ 200 em nossas lojas, mas a maioria dos produtos custa R$ 10. Inovar está em nosso DNA e todo mês lançamos mais de 70 produtos de diferentes segmentos em nosso portfólio. A Miniso possui 12 departamentos, sendo que oito já chegaram ao Brasil, englobando dia a dia, bem-estar, esporte e fitness, papelaria, acessórios, vestuário, produtos sazonais e bolsas, todos de marca própria", acrescenta Wei. Para o futuro, expansão por franquias está no radar.
Desafio aceito
Para não perder espaço no varejo brasileiro, a Daiso Japan promete inaugurar uma unidade a cada 15 dias até o final deste ano, e uma operação por mês em 2018. Segundo o gerente geral da Daiso no Brasil, Reginaldo Gonçalves Paulista, o segredo para a aceitação da marca no País, que representa o oitavo melhor mercado da empresa no mundo, está atrelado a uma maior liberdade na criação dos produtos, que valorizam a cultura brasileira.
"Estamos avançando a cada dia, entendendo o que o consumidor brasileiro gosta. Temos um compromisso de entregar o melhor produto, com o preço mais democrático possível ao cliente", corrobora Paulista. Com 28 lojas próprias em São Paulo atualmente, além de espaços em nove supermercados Hirota, a meta da Daiso é dobrar o faturamento visto pela operação brasileira em 2016, registrando R$ 200 milhões ao término deste ano.
Conhecida como opção acessível aos consumidores, que procuram itens de utilidade doméstica baratos, a Daiso apresenta um tíquete médio de R$ 37. Recentemente, a rede teve de repensar o modelo de lojas, após o sucesso da unidade inaugurada no Shopping Cidade Jardim, em São Paulo. "Hoje, investimos R$ 1,5 milhão para poder inaugurar uma loja", diz. Tido como opção para propagar a marca no País, o e-commerce da Daiso ainda não deslanchou.