sexta-feira, 21 de julho, 2017

Royal Enfield estuda montagem local de motos

São Paulo - A britânica Royal Enfield planeja expandir paulatinamente a sua marca no mercado brasileiro de motocicletas. Recém-chegada ao País, a companhia estuda uma futura linha de montagem local.
"No segmento em que a Royal Enfield atua, de média cilindrada, o potencial de mercado no Brasil é imenso", afirmou em entrevista ao DCI o diretor geral da marca no País, Claudio Giusti.
Com modelos na faixa de 500 cilindradas e preços que vão de R$ 18,9 mil a R$ 24,5 mil, a marca vende o conceito de "aspiracional acessível". O executivo relata que motos da concorrência na mesma categoria chegam a custar o dobro no Brasil.
"Viemos para quebrar o paradigma de que motos acima de 450 cilindradas custam muito, como se fossem de luxo. E isso não é verdade."
Giusti aponta como um dos principais diferenciais da Royal Enfield o mesmo design da época de sua fundação. "Trata-se de uma motocicleta atemporal", avalia. "Produzimos a mesma moto do século passado, só que com tecnologias modernas, como injeção eletrônica e motor Euro 4, por exemplo", complementa.
Apesar de ter sido fundada na Inglaterra, a marca foi adquirida por um grupo indiano e, atualmente, as duas fábricas da Royal estão localizadas na Índia. "Cerca de 95% das nossas vendas ainda são feitas no país asiático", conta Giusti.
No entanto, no programa de investimentos atual da companhia, de US$ 120 milhões, está contempladas a construção de uma terceira fábrica na Índia e o lançamento da Royal Enfield no Brasil.
"Boa parte desse volume de investimento tem sido aplicada no mercado brasileiro", garante o executivo.
Segundo Giusti, Brasil, Tailândia e Indonésia são prioridades para a matriz. "A expansão internacional da marca passa obrigatoriamente pelo mercado brasileiro", assegura.
Estratégia
Em um mercado que já vendeu dois milhões de motos em 2011 e neste ano não deve chegar à metade desse volume, o Brasil se mostra uma incógnita para novos entrantes. Mas de acordo com o diretor da Royal Enfield, o potencial existe.
"Queremos mostrar ao cliente brasileiro que ele pode migrar para uma categoria mais alta e comprar um produto diferenciado", diz Giusti.
Diferentemente do conceito de algumas marcas, que desconsideram o segmento de média cilindrada, a Royal aposta na fatia de motos que vão de 250 a 750 cilindradas.
"O segmento de média cilindrada tem um grande potencial no País e a Royal pode contribuir muito para este mercado. Isso é ponto pacífico para nós", pondera.
A marca inaugurou sua primeira concessionária no Brasil no último mês de abril, na capital paulista.
"A estratégia é vender bastante em São Paulo e depois expandir para outros lugares. Ainda não conseguimos atender a toda demanda, temos fila de espera", relata o executivo.
O planejamento estratégico prevê um período de lançamento de três anos. "Neste tempo, vamos avaliar como o mercado reage ao nosso produto", explica Giusti.
Além de parceria com um banco, a Royal afirma conseguir financiar a moto até pelo cartão de crédito. "O cliente dá uma entrada e parcela o resto."
Apesar do momento difícil para a economia brasileira e especialmente para o mercado de motos, que vem apresentando quedas desde meados de 2012, o executivo acredita na retomada do setor.
"A crise é cíclica e tem um viés político. Mas a Royal Enfield entrou de forma bastante consistente no Brasil", analisa. "E a montagem de motocicletas no País não sai do nosso radar", assegura Giusti.
DCI – 21/07/2017
Produtos relacionados
Ver esta noticia em: english espanhol
Outras noticias
DATAMARK LTDA. © Copyright 1998-2024 ®All rights reserved.Av. Brig. Faria Lima,1993 3º andar 01452-001 São Paulo/SP