quinta-feira, 27 de abril, 2017

Odebrecht conclui venda por R$ 2,9 bi de divisão ambiental

A conclusão da venda da Odebrecht Ambiental para a canadense Brookfield, por R$ 2,9 bilhões, dará um pouco mais de fôlego ao grupo, que hoje é o centro do maior escândalo de corrupção do País. Ao fechar a negociação do braço de saneamento da empresa, seis meses depois do acordo de compra, a companhia também conseguiu a garantia dos grandes bancos brasileiros de que o valor não será usado para o pagamento antecipado de dívidas, mas para reforçar o caixa do grupo.
Dos quase R$ 2,9 bilhões (pela cotação desta terça-feira, 25), R$ 2,5 bilhões ficarão na empresa para dar liquidez aos negócios e honrar compromissos futuros. O restante será pago em até três anos, dependendo das metas de desempenho da Ambiental. Inicialmente, cogitou-se usar o dinheiro da venda para cobrir garantias dadas na renegociação de alongamento da dívida da Odebrecht Agroindustrial.
Mas, com a deterioração do cenário para a empresa e a queda do chamado back log (carteira de obras) da construtora, ficou definido que o dinheiro será usado na criação de um colchão de liquidez para garantir os negócios na empreiteira e na Odebrecht Realizações Imobiliárias (OR), que sofre com a retração da economia e a queda na demanda dos consumidores.
“Os contratos agora assinados nos ajudam a olhar para o futuro. Não vamos esquecer o passado. Estamos pagando caro por nossos erros. Mas esses acordos nos permitem investir na liquidez e retomada dos negócios de construção e infraestrutura”, afirmou o presidente do grupo Odebrecht, Newton de Souza, em nota ao mercado.
A conclusão da venda da Ambiental é um alento no meio de um turbilhão de más notícias que afeta a empresa desde o início da Lava Jato, entre elas, a prisão de seu principal executivo, Marcelo Odebrecht. Além da operação brasileira, que também sofre com o recuo da economia, o mercado internacional tem castigado a empresa. Nos últimos meses, a companhia perdeu importantes investimentos no exterior, como a concessão de rodovias na Colômbia e um gasoduto no Peru.
O reflexo dessa reação do mercado externo, que representava dois terços da carteira de projetos da empresa até o ano passado, foi o drástico recuo das obras. De 2015 para 2016, a carteira da construtora caiu US$ 11,1 bilhões, de US$ 28 bilhões para US$ 17 bilhões. A empreiteira representa 41% das receitas do grupo, segundo relatório da agência de classificação de risco Moody’s.
Além da Ambiental, a Odebrecht também deve concluir em breve a venda da participação na concessionária Riogaleão, que administra o aeroporto carioca. A chinesa HNA detém a exclusividade para fechar o negócio. Apesar de ainda estar em due diligence, o negócio está praticamente fechado.
Expansão. Do lado da Brookfield, a aquisição é a primeira no setor de água e esgoto no Brasil. O grupo quer expandir a atuação na área.
O Estado de S. Paulo - 25/04/2017
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