sexta-feira, 17 de fevereiro, 2017

Bem Brasil investe R$ 200 milhões em fabricação de batata pré-pronta

São Paulo - A Bem Brasil, fabricante de batatas pré-fritas, inaugurou ontem uma nova fábrica em Perdizes (MG). Com investimentos de R$ 200 milhões, a companhia vai ampliar em 50% a capacidade produtiva.
"No início da operação, pensamos em exportar parte do volume para acelerar a ocupação da nova fábrica", conta ao DCI o presidente da Bem Brasil, João Emílio Rocheto. A nova planta amplia para 150 mil toneladas anuais a capacidade de produção da brasileira.
Segundo o executivo, com fatia de 25% do mercado interno de batatas pré-fritas, a empresa vem crescendo impulsionada pela expansão do segmento no País nos últimos anos. No entanto, com a redução do consumo das famílias brasileiras nos últimos dois anos, Rocheto reconhece que será mais difícil manter o ritmo de crescimento.
"Sabemos que o mercado como um todo não vai crescer tanto e, por isso, teremos que atuar mais fortemente na parte comercial, buscando novos clientes", explica.
A Bem Brasil encerrou o último ano com alta de quase 7% em volume de vendas ante 2015. Para este ano, a meta é registrar expansão de 30%.
"Nesse ritmo, e com alguma exportação no início, esperamos ocupar toda a estrutura produtiva da fábrica em até quatro anos. Mas o foco continua sendo o mercado interno".
A disputa no Brasil, lembra o executivo, é travada com fabricantes de batatas pré-fritas da Europa e Estados Unidos. Importados, esses produtos ficaram mais caros no último ano com a alta do dólar frente ao real. Mas a nova onda de desvalorização da moeda norte-americana preocupa.
"Com o real se valorizando muito, a concorrência com o importado fica mais acirrada e também enfrentamos mais dificuldade ao tentar exportar".
Rocheto diz ainda que espera um desfecho favorável do processo antidumping em andamento contra a importação de batatas pré-fritas vindas da Europa. "Estamos acompanhando isso, mas até o momento não sei se será aprovado ou não", completou ele.
Apesar da conjuntura menos favorável na inauguração da nova planta, o empresário garante que confia na expansão das batatas pré-fritas, cujo consumo per capita no Brasil ainda é inferior ao visto nos Estados Unidos e Europa.
"O o segmento de food service (alimentação fora do lar) é o que mais sofreu em 2016, porque o consumo das famílias fora dos lares caiu, mas por outro lado a demanda pela batata para consumir em casa cresceu, com uma coisa compensando a outra, enquanto o mercado não melhora", revela o presidente da Bem Brasil.
Caixa
O endividamento para financiar a nova fábrica também preocupa Rocheto. O projeto teve início em 2014, com dois terços dos aportes realizados por meio de recursos de terceiros. Desse total, 50% foi pago por meio de linhas de fomento, com taxas de juros menores. A outra metade, entretanto, foi financiada na fase final, com altas taxas de juros.
"Tínhamos algumas linhas de longo prazo, principalmente com captação no exterior, mas que não deram certo, então agora estamos pagando juros mais caros e precisamos equacionar isso renegociando essas dívidas", afirma ele.
A venda de energia gerada por uma termoelétrica a biomassa, construída pela Bem Brasil para abastecer a nova fábrica, é uma possibilidade. De acordo com Rocheto, a usina foi criada para garantir o abastecimento de energia da unidade, já que a entrega do insumo pela Cemig, companhia responsável por fornecer eletricidade na região, só vai conseguir atender a empresa no meio deste ano.
"Como a termoelétrica ficou pronta, adiantamos a entrega da fábrica e toda a infraestrutura elétrica já foi construída pensando na possível venda de energia no mercado livre."
DCI - 17/02/2017
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