sexta-feira, 19 de agosto, 2016

Intenção de consumo avança 0,9% em agosto

São Paulo - Pela primeira vez em seis meses a Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), registrou aumento na comparação mensal: 0,9% entre julho e agosto.
Numa escala de 0 a 200, a ICF alcançou 69,3 pontos, puxada pela variação positiva em todos os sete componentes do índice. Na variação anual, porém, houve um recuo de 15,3% e o resultado ainda evidencia uma percepção ruim, uma vez que está bem abaixo da chamada zona de indiferença, de 100 pontos. "Mesmo com a perda da força da inflação e seus impactos favoráveis nas vendas, a confiança do consumidor ainda segue fragilizada por causa do encarecimento do crédito e da instabilidade no mercado de trabalho", explica assessora econômica da CNC, Juliana Serapio. Segundo a assessora econômica, o único componente acima dos 100 pontos, a avaliação do Emprego Atual, apresentou avanço de 1,6% em relação a julho, o melhor índice do ano.
O indicador bateu os 102,3 pontos e apresentou, no entanto, uma queda de 5,6% em relação ao mesmo período do ano passado. O percentual de famílias que se sentem mais seguras em relação ao emprego no momento é de 28,9%.
Consumo
Com 44,2 pontos, o Nível de Consumo Atual subiu 0,5% em relação ao mês anterior, apontava o balanço da CNC. Na comparação anual, houve uma queda de 29% do indicador. A maior parte das famílias declarou estar com o nível de consumo menor do que no ano passado: 66%, o que pode frear os planos de novas aquisições, fator já sinalizado em pesquisas da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo.
Impactadas pelo elevado custo do crédito, o alto nível de endividamento e o aumento do desemprego, a intenção de Compras a Prazo caiu 20,9% na comparação com agosto de 2015. Com 64 pontos, o componente apresentou uma elevação de 1,1% em relação a julho. Entre os setores que mais sentem esse aperto nas projeções de compras, destacam-se o ramo de eletrodomésticos, eletroeletrônicos, móveis e automóveis, que possuem uma dependência maior do crédito para realização.
Por segmento
O indicador da Confederação Nacional do Comércio apontou ainda que, agosto foi o primeiro mês, desde fevereiro, em que o item Momento para Duráveis registrou variação positiva, com 2,1% acima do verificado em julho. Com 41,9 pontos, teve um recuo de 22,8% em relação ao mesmo período de 2015.
A maior parte das famílias - 76,3% - considera o momento atual desfavorável para a aquisição de duráveis, derrubando a expectativa de alta nas vendas das companhias do ramo para o segundo semestre.
Expectativas
As famílias apresentaram leve aumento de 0,5% nas perspectivas em relação ao mercado de trabalho na comparação mensal. Já em relação ao mesmo período do ano passado, houve queda de 5,4% e o índice ficou em 94 pontos. Quase metade das famílias - 48,6% - considera negativo o cenário dos próximos seis meses. Com alta de 0,4% em relação a julho, o item Perspectiva de Consumo alcançou 53,6 pontos queda de 20,4% ante a 2015.
As expectativas menos negativas para o segundo semestre levaram a CNC a revisar suas projeções para o varejo restrito de -5,6% para -5,4% ao final de 2016. Também houve revisão da projeção para o varejo ampliado (que engloba automóveis e materiais de construção) de -10,6% para -9,8%.
Supermercado Moderno
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