segunda-feira, 11 de julho, 2016

Saint-Gobain vê queda no volume, mas faturamento deve crescer em 2016

O aumento dos preços é o que vai garantir a alta no faturamento da Saint-Gobain este ano. Com perspectiva de ter novas perdas no volume de vendas em 2016, o grupo de material de construção segue investindo em alternativas para estimular a demanda.
"O faturamento neste ano ficará um pouco acima de 2015, porque mesmo com a queda nos volumes, a inflação compensa. Mas não estamos satisfeitos com isso e gostaríamos de crescer um pouco mais", afirmou ao DCI o presidente da Saint-Gobain para o Brasil, Argentina e Chile, Thierry Fournier.
O executivo não revela o desempenho das empresas que compõem o grupo, mas reconheceu que alguns negócios estão com volume de venda 10% menor este ano, enquanto outros apresentam melhores resultados, compensando parte da retração.
A companhia dona de marcas como Brasilit, Isover, Weber Quartzolit e da varejista Telhanorte, faturou R$ 8,7 bilhões ano passado, depois de alcançar R$ 10 bilhões no mercado brasileiro em 2014.
As mudanças na estratégia de negócios no País, apresentadas por Fournier ao DCI em maio deste ano, visam otimizar a produção e preveem novo destino aos aportes realizados no País.
"Os mercados de construção e o automotivo [vidro], nos quais atuamos, continuam ruins, então nosso trabalho diário tem sido focar em atender da melhor forma possível as necessidades dos clientes", lembrou o executivo.
Na tentativa de tornar a marca Saint-Gobain mais conhecida pelos clientes na ponta da cadeia, que muitas vezes conhecem apenas as empresas que integram a companhia, o grupo está investindo em uma nova marca e posicionamento.
Ciente de que a recomendação de marcas está ganhando mais força no mercado de materiais de construção, o novo logo do grupo reflete a preocupação da companhia em manter presença em um setor cuja concorrência está mais acirrada em função do encolhimento da demanda no Brasil.
"A Saint-Gobain não pode deixar de posicionar a sua marca no momento atual e não podemos economizar com isso. E acreditamos muito que esse posicionamento vai reforçar o nosso portfólio [de material de construção] e as nossas marcas comerciais junto aos clientes", disse Fournier.
Ele disse ainda que os planos para reduzir a participação de matéria-prima importadas - com cotação atrelada ao dólar - nos negócios também estão avançando.
Inovação
A introdução de novos produtos ao portfólio não foi deixada de lado, mesmo com a desaceleração nas vendas no Brasil. Para o executivo, embora o grupo continue buscando a redução de despesas, os aportes em inovação serão mantidos.
"A inovação é sempre uma maneira de responder melhor e mais rápido às necessidades dos clientes, foco da nossa estratégia para um mercado mais difícil como o atual. E embora o Brasil enfrente uma crise hoje, sabemos que vai passar e que teremos outras", citou.
De acordo com ele, os produtos que compõem o portfólio do grupo há menos de cinco anos respondem por 25% das vendas totais e a Saint-Gobain tem "milhares de produtos lançados neste ano".
"Temos novas tecnologias voltada para o maior conforto em construções, como o lançamento recente de uma nova gama de vidros para isolamento", explicou o executivo.
Com 57 fábricas instaladas no País, o grupo mantém todas as unidades em funcionamento, mesmo com menor atividade produtiva, informou ele.
Na avaliação de Fournier, o mercado de materiais de construção continuará desafiador em 2017, com possíveis sinais da inversão na atual tendência de queda na demanda. "Estou razoavelmente mais otimista, mas eu não vejo um retorno a situação normal do mercado antes de 2018, porque dependemos da melhora no setor imobiliário", comentou.
A Saint-Gobain desenvolveu um projeto voltado para o programa federal Minha Casa Minha Vida, mas o executivo reconheceu que a companhia errou na proposta de produtos e soluções para o nicho.
"Estamos revisando o projeto, porque estava complicado demais e erramos um pouco na oferta", afirmou ele, sem dar detalhes sobre as possíveis mudanças na estratégia para o Minha Casa Minha Vida.
DCI
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