Shoppings devem diminuir até 25% dos custos com decoração de Natal este ano

São Paulo - Receosos com a instabilidade econômica que afeta o País, os shoppings poderão diminuir em até 25% os seus gastos com decorações de corredores e átrios para o período em que acontece a mais aguardada data para o varejo: o Natal.
O movimento vem em linha com um posicionamento mais conservador dos empresários do varejo, reflexo da instabilidade econômica. Agora, no que depender dos shoppings o valor negociado entre empresas do setor decorativo e as administradoras dos malls deve ser reduzido. Consultados pelo DCI, alguns centros de compras pretendem, no mínimo, manter o mesmo montante investido em 2015. "Reduzir os gastos é uma diretriz do varejo em geral neste momento. Nós cortamos 25% dos custos com decorações ao reestruturar o calendário do ano. Acredito que, do ponto de vista dos consumidores, será imperceptível", conta a gerente de marketing do Santana Parque Shopping, Viviane Pessoa.
Segundo ela, a administração do mall buscou aprofundar seus investimentos em eventos que aproximassem os clientes do espaço.
O Shopping Frei Caneca também deve reduzir gastos na data. Neste caso, o mall quer focar no aniversário de 15 anos do espaço. "Este ano, decidimos reduzir cerca de 10% os custos com decoração natalina. Em 2015, já havíamos cortado entre 7% e 10% frente ao ano anterior. Resolvemos não deixar o Natal de lado, mas também focar em outras campanhas", diz a gerente de marketing do Shopping Frei Caneca, Andreia Perini. Apesar do corte, ela garante que a qualidade decorativa do espaço será a mesma encontrada pelos consumidores em anos anteriores. "Teremos promoções, eventos com Papai Noel e um design decorativo."
Elas por elas
Outros centros de compras como o Shopping Ibirapuera decidiram manter o investimento do ano passado. Nesse caso, se calcularmos a inflação oficial (IPCA) dos últimos 12 meses, a diminuição do poder de compra com o mesmo orçamento fica em 10%. "Orçamos o nosso Natal em R$ 750 mil. É o mesmo valor do ano passado. As empresas que procuramos até tentaram nos passar um reajuste, mas decidimos bater o pé", diz o gerente de marketing do Shopping Ibirapuera, Ricardo Portela.
Segundo ele, a negociação neste ano foi das mais difíceis, já que influenciaram na alta dos artigos decorativos fatores como inflação e alta do dólar.
"Conseguimos manter o investimento e trazer algo que seja impactante para o público. É uma coisa muito aguardada tanto pelos clientes, quanto pelos lojistas", afirma.
Sentindo-se no dever de encantar seus visitantes, o Shopping Taboão prevê gastar até R$ 1,5 milhão com o Natal.
De acordo com a Associação Brasileira de Shopping Centers (Abrasce), a importância do Natal para os shoppings está clara no orçamento de marketing que cada um calcula para o ano. "Em média, 40% dos gastos da área de marketing de um shopping são destinados ao Natal", diz a presidente da Abrasce, Adriana Colloca.
Atualmente, estima-se que o mercado de decoração para as festas de final de ano movimentem até R$ 1,3 bilhão ao ano, segundo dados da organização da feira Natal Show, que aconteceu no início deste mês em São Paulo. O evento soma quase 80% dos negócios fechados relacionados a decorações natalinas no varejo.