Nestlé enfrenta maior concorrência em cápsulas de café

Depois de começar a perder a proteção de patentes de seu sistema Nespresso, em meados dos anos 90, a Nestlé passou a enfrentar uma grande quantidade de empresas que estão buscando conquistar parte de seu mercado. No Brasil, por exemplo, quase 100 dessas empresas surgiram em menos de cinco anos.
A Nestlé fez acordos ou encerrou processos contra uma grande quantidade de fabricantes de cápsulas de café após perder sua principal patente, em 2013. Agora, suas máquinas são compatíveis com as cápsulas de mais de 200 empresas concorrentes no mundo.
Mesmo assim, a fabricante Ethical Coffee e Co. (ECC) continua em um processo com a Nestlé. Há anos, a ECC vinha afirmando que as máquinas Nespresso tinham sido modificadas pela concorrente para torná-las incompatíveis com suas cápsulas. Mas em uma reviravolta, a ECC afirma agora deter a patente da tecnologia que alega ser usada pela Nestlé para impedir o uso das suas cápsulas.
A ECC conquistou uma grande vitória em janeiro, quando a principal autoridade de patentes da Europa rejeitou uma disputa aberta pela Nestlé sobre a franquia. No processo, a concorrente está exigindo ressarcimento de danos por sua patente ter sido infringida em vários locais da Europa e também está tentando bloquear as vendas das máquinas da Nestlé. A gigante suíça, por sua vez, afirma que suas máquinas usam uma tecnologia que foi patenteada anteriormente e planeja recorrer da decisão.
A marca Nespresso tem perdido participação de mercado globalmente. Ela respondia por 13% do segmento em 2011 e, em 2015, essa fatia foi de 13%, segundo dados da consultoria Euromonitor.
No Brasil, a receita da marca cresce. Passou de US$ 112,5 milhões em 2013 para US$ 179,8 milhões no ano passado. Esse valor corresponde a 7,5% das vendas da mundiais de Nespresso, também conforme a Euromonitor.
Isabel Masagão, gerente de marketing da Nespresso Brasil, afirma que o mercado brasileiro é mais uma oportunidade do que um desafio. "O espaço que temos para crescer ainda é enorme", diz ela. Segundo pesquisa da Gfk, as vendas de máquinas cresceram 27% no ano passado no País.