terça-feira, 18 de outubro, 2016

Operadoras aceleram o passo por cobertura 4G e internet das coisas

São Paulo - A busca das teles por receitas que compensem a derrocada dos serviços de voz ganhou novos capítulos ontem (17). Enquanto Oi e Vivo apresentaram suas apostas para as áreas de internet das coisas e mídia, respectivamente, a TIM voltou a cobrar a liberação das faixas de 700 MHz, peça-chave para o setor na expansão 4G.
Os anúncios foram feitos no primeiro dia da Futurecom, realizada em São Paulo (SP) - este ano as teles optaram por uma participação conjunta, com um estande único. As maiores atenções recaíram sobre a TIM - vice em acessos 4G no País (veja gráfico ao lado) , mas primeira em cidades atendidas -, que compartilhou expectativas ousadas sobre a expansão de sua cobertura: a ideia é chegar a mil cidades ainda em 2016 (em setembro eram 664, segundo a Teleco), adicionando outras mil em 2017, afirmou o diretor de tecnologia da companhia, Leonardo Capdeville.
"Ainda neste ano a [Agência Nacional de Telecomunicações] Anatel deve liberar mais 500 cidades", apontou o executivo, em referência à limpeza, atualmente em curso, das faixas de 700 MHz, até então ocupadas pela televisão analógica - Brasília e arredores, são as próximas da lista e devem finalizar o processo até o dia 26 deste mês, informou ontem a agência. O espectro foi adquirido em 2014 pelas operadoras - somente a TIM afirma ter alocado R$ 3 bilhões na expansão desde então -, uma vez que a faixa é ideal para o funcionamento do 4G.
De acordo com Capdville, a não disponibilização das frequências (cuja entrega depende da migração de 93% da população de cada município para a TV digital) impede que a tele "capture todo o seu potencial". Em agosto, afirmou o executivo, 35% dos acessos móveis da TIM ocorreram via 4G. "Se minha rede tivesse no 700 [MHz], nós conseguiríamos 55%", afirmou Capdeville.
O consumidor final não é o único alvo da TIM com a expansão do 4G: a operadora também está de olho no potencial crescente da Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), sobretudo em áreas mais afastadas. Mas se a operadora ainda não definiu ao certo como monetizar o novo nicho de comunicação máquina/máquina, sua concorrente Oi já dá alguns passos nesse sentido.
A tele apresentou a plataforma Oi Smart durante a Futurecom. Ainda em período experimental e disponível para todo o Brasil a partir de 2017, o serviço vai funcionar como um hub que pode agregar diversos dispositivos inteligentes (como câmeras, alarmes e sensores de movimento) de uma casa ou pequeno negócio. A companhia ainda trabalha no desenvolvimento de outros projetos também relacionados à IoT, mas nas verticais da saúde e automotiva. "O operadora tenta ir em um mercado que até agora ninguém tinha entrado", avalia Alexandre de Castro, da diretoria de Novos Negócios da empresa. A postura da Oi joga luz sobre qual será o papel das teles no ecossistema nascente da IoT; no exterior, as operadoras Orange e AT&T seguem caminhos semelhantes.
Outros rumos
A Vivo, por sua vez, ampliou sua parceria com a gigante francesa Vivendi, visando a venda de conteúdo via celular. A dupla disponibilizou o Studio+, aplicativo de streaming de séries feitas voltadas para o ambiente móvel - a ideia é fomentar um "Netflix do mobile", segundo o presidente da Vivo, Amos Genish. O Studio+ é o segundo app de streaming lançado pelas duas parceiras neste mês: há algumas semanas foi a vez do WatchMusic ser apresentado ao mercado.
DCI
Produtos relacionados
Ver esta noticia em: english espanhol
Outras noticias
DATAMARK LTDA. © Copyright 1998-2024 ®All rights reserved.Av. Brig. Faria Lima,1993 3º andar 01452-001 São Paulo/SP