quinta-feira, 27 de outubro, 2016

Com produção menor e demanda alta, preço doméstico da laranja avança

São Paulo - Com uma produção estimada em 50 milhões de caixas a menos do que na safra anterior, demanda elevada e estoques baixos, os preços da laranja continuam a subir no mercado interno.
De acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o valor da caixa de 40,8 quilos bateu os R$ 23,43 na última sexta-feira (21). No começo do mês, esse preço estava em R$ 20,43.
"Essa produção e o nível de produtividade são menores. Com a demanda elevada, a previsão de estoques baixos e a manutenção das exportações, o preço sobe com mais intensidade", afirma a pesquisadora de Citrus do Cepea, Fernanda Geraldini.
A estimativa é que a safra 2016/2017 produza 249 milhões de caixas de laranja, queda intensa se compara as 300,6 milhões registradas na safra anterior.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Citricultores (Associtrus), Flávio Viegas, a tendência é de alta no preço final por conta da forte demanda. "O preço internamente vai reagir bastante. No entanto, a melhor remuneração dos citricultores deve ser refletida apenas no ano que vem, porque muitos já fecharam contratos", destaca Viegas.
Outro aspecto para a queda na produção é a baixa produtividade. No período 2015/2016, foram produzidas 745 caixas por hectare, enquanto nesta safra deverão ser 644 caixas.
"Fizemos um levantamento e verifiquei na última safra foram produzidas 1,4 caixas por planta, quando já tivemos acima de 2,2 caixas por planta", complementa Viegas.
Segundo ele, as baixas temperaturas em setembro e outubro do último ano contribuíram para a redução da oferta.
Para o diretor executivo da Associação Nacional dos Exportadores de Sucos Cítricos (CitrusBR), Ibiapaba Netto, os valores reproduzem a escassez de produto no mercado. "O mercado está se comportando como as estimativas mostraram: de safra reduzida", analisa o executivo.
Receita menor
Com 1,08 milhão de toneladas de suco de laranja, a receita das exportações no ciclo na última safra, encerrada em junho, chegaram ao montante de US$ 1,74 bilhão, 14,6% menor sobre os US$ 2,04 bilhões do período anterior. O problema é que a valorização do real ante o dólar desestimula a exportação. Há um ano, o valor da moeda americana girava por volta dos R$ 3,80, quando. Hoje, está em R$ 3,12.
Segundo Netto, ainda é cedo para avaliar a remessa do produto que será enviada ao exterior. Para ele, isso também depende da estratégia de atuação do produtor. "O produtor tem duas opções: de vender laranja para a indústria ou comercializar no mercado interno. Mas isso vai depender do mix que ele possui. Hoje já temos um mercado voltado a venda de frutas e outra a venda do suco para o mercado interno", disse.
DCI
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