segunda-feira, 27 de julho, 2015

Klabin prevê manter ritmo de expansão neste semestre

Depois de registrar 16 trimestres consecutivos de crescimento, considerando-se o período dos últimos 12 meses, a Klabin, maior fabricante brasileira de papéis para embalagens, aposta na manutenção dessa trajetória na segunda metade de 2015. Além da conclusão do aumento da capacidade de produção de papel, iniciado em 2013, a empresa deve se beneficiar da demanda consistente por cartões para líquidos e kraftliner e da possibilidade de direcionar volume maior de produção para o mercado externo, aproveitando o câmbio favorável às exportações.
"A Klabin tem a forte convicção de que vai continuar a entregar resultados crescentes", disse o diretor-geral da companhia, Fabio Schvartsman, ao comentar os resultados do segundo trimestre. O período, segundo o executivo, foi desafiador por conta do enfraquecimento contínuo da economia doméstica, o que levou a empresa a direcionar volume maior da produção para as exportações. Foram as vendas externas que puxaram o aumento de 17% do resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado, para R$ 391 milhões.
Para os próximos meses, a companhia trabalha com um cenário de "um pouco mais do mesmo". "A economia continua fraca e não vemos nenhum sinal de reversão. Diante disso, a Klabin continuará mais focada nas exportações para compensar a situação inadequada no mercado doméstico", afirmou.
De abril a junho, as vendas externas da empresa cresceram 12% em relação ao mesmo período do ano passado, para 139 mil toneladas, o equivalente a 32% das vendas totais da companhia, frente a 29% um ano antes. Essa fatia, conforme Schvartsman, tende a continuar a crescer. "Não me surpreenderá se [a exportação] atingir números superiores a esses nos próximos trimestres. Até porque, com o câmbio atual, a rentabilidade das exportações é até superior às vendas domésticas, então temos um duplo incentivo às vendas no mercado externo", disse.
Questionado sobre a possibilidade de aumentos de preço neste semestre, o executivo explicou que alguns produtos, "mais diretamente relacionados a preços de exportação, oferecem espaço para aumento". Já aqueles voltados ao mercado interno, como por exemplo, papel reciclado, não. "Dificilmente haverá aumento de reciclado nesse período", comentou.
Em relação ao mercado de cartões, o executivo disse que as vendas vão crescer em 2015 e que há, neste momento, demanda superior à capacidade de produção da companhia. "O volume de cartões cresce com relação ao ano passado, essa é sem dúvida a resposta. Temos inclusive mais demanda que capacidade produtiva."
Conforme Schvartsman, enquanto o mercado de cartões para líquidos é o que melhor se desenvolve em 2015, o de caixas de papelão ondulado tem mostrado contínuo enfraquecimento, sem expectativa de normalização. "Também vemos expansão contínua nas vendas de kraftliner nos próximos meses", acrescentou. No próximo ano, a expansão dos resultados da companhia deve ser conduzida pela produção de celulose na fábrica de Ortigueira (PR), que está entrando na reta final de construção.
O executivo indicou ainda que a Klabin vai monitorar oportunidades de consolidação que surjam no mercado brasileiro de papéis, mas não "se atropelará" para trazer novos ativos para dentro da companhia antes do início de operação da nova fábrica, previsto para março do ano que vem. Em tese, essas oportunidades aparecem justamente quanto o mercado piora e tem efeito negativo nas margens de operações menores. "Acho provável que, à medida que aumente o estresse sobre as companhias menores, aumente a chance de consolidação. A Klabin futuramente examinará oportunidades nesse sentido."
Uma eventual oportunidade de aquisição não inviabilizaria os planos da companhia de investir em uma nova máquina de cartões, investimento que dependia inicialmente da existência de celulose para integrar a produção. "O partido da Klabin sempre foi pelo crescimento orgânico. Agora, para isso, é preciso ter mercado crescendo. Se quiser continuar crescendo em mercado que decresce, não existe outra oportunidade que não seja aquisição", ponderou.
Valor Economico
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