sexta-feira, 31 de julho, 2015

Aurora investe e acelera ritmo de expansão

Mais conhecida pela atuação no mercado de carne suína, a Cooperativa Central Aurora Alimentos pretende ampliar sua participação no segmento de carne de frango nos próximos anos, disse ao Valoro presidente da central, Mário Lanznaster. A avaliação do dirigente é que, ao contrário das exportações de carne suína - que nunca deslancham -, há bastante espaço para atender à crescente demanda por frango, sobretudo no exterior.
"O mercado de frango está muito dinâmico e vai crescer. Se a Aurora não se candidata, fica para trás", afirmou Lanznaster, que falou ao Valor ontem, após participar de debate no Salão Internacional de Aves e Suínos (Siavs), em São Paulo.
Para trilhar esse caminho, a Aurora terá de expandir a atual capacidade de abate de frangos, o que provavelmente ocorrerá até 2020 com a construção de um novo frigorífico. A meta é elevar os abates diários de 1 milhão de aves para 1,5 milhão de cabeças em cinco anos - ainda distante das líderes BRF e JBS, que abatem 7 milhões e 5 milhões de aves, respectivamente. A Aurora também projeta dobrar sua receita até 2020, para R$ 15 bilhões. Neste ano, a expectativa é faturar R$ 7,4 bilhões.
Ainda não há decisão sobre a construção de um novo frigorífico, investimento que tem de ser aprovado pelas 13 cooperativas associadas da Aurora, mas Lanznaster defende que a planta seja em uma região mais próxima da produção de milho, o que não é o caso de Santa Catarina, onde a central tem a maior parte de suas operações. Entre as opções, ele cita Paraná, Mato Grosso e Goiás. "Tem que ser mais próximo de onde tem matéria-prima. Temos um custo muito alto no transporte de milho [em Santa Catarina]", disse.
De acordo com ele, não mais há grandes oportunidades de aquisição de abatedouros de frango no país. Os melhores ativos, disse, foram comprados pela JBS Foods nos últimos dois anos. No primeiro semestre, a própria Aurora fez uma aquisição. Em um acordo de R$ 250 milhões, conforme o Valorjá havia informado, a Aurora assumiu dívidas da Cocari, de Mandaguari (PR), e ficou com o abatedouro que a cooperativa tinha na mesma cidade. No acordo, a Cocari também se tornou uma das associadas da Aurora.
Lanznaster defende também o foco em carne de frango porque há limitações no avanço em suínos, setor responsável por 51% do faturamento da Aurora. Segundo ele, o consumo per capita de carne suína cresce lentamente no Brasil e, no mercado externo, não é simples competir com EUA e União Europeia.
Apesar de planejar o maior foco em frango, a Aurora também tem investido em suínos. No próximo sábado, a central inaugura a ampliação, iniciada em abril de 2014, de sua unidade de suínos em São Gabriel do Oeste (MS), que demandou aportes de R$ 121 milhões.
Na visão do dirigente, o caminho para vender carne de frango é menos tortuoso. "O suíno é difícil, mas vender frango é melhor do que tirar bolacha de criança", brincou Lanzsnaster, citando a própria Aurora. Atualmente, apenas 16% da carne suína produzida pela Aurora é exportada. Já no caso do frango - negócio que vem ganhando força na cooperativa nesta década -, as exportações representam cerca de 50% da produção.
Além da ampliação das operações de frango, a cooperativa também estuda duplicar a produção de lácteos até 2020. Hoje, a Aurora processa 1,5 milhão de litros de leite por dia em uma unidade própria em Vargeão, no oeste catarinense, e em uma planta de um parceiro em Pinhalzinho (SC). As vendas de lácteos respondem por 13% da receita.
Lanznaster admitiu que o investimento, no caso dos lácteos, deve ser resultado da pressão dos cooperados, uma vez que a rentabilidade do segmento não é tão elevada. "Não é muito promissor, mas é para atender a necessidade do produtor", explicou, citando o crescimento da produção de leite no Estado.
Valor Economico
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