terça-feira, 02 de junho, 2015

Vodca cresce e cachaça fica estável

O mercado de bebidas alcoólicas apresentou crescimento pequeno em 2014 e tende à deterioração neste ano. De acordo com um levantamento da consultoria Euromonitor International, em 2014, o setor cresceu 3,2% em volume, para 15,4 bilhões de litros. O resultado foi impulsionado pelo crescimento de 3,6% nas vendas de cerveja, para 14,1 bilhões de litros.
O segmento de destilados fechou o ano com incremento de 0,4%, para 1 bilhão de litros. Em receita, o avanço foi de 12,2%, para R$ 35,3 bilhões. A Euromonitor estima que, até 2019, esse segmento terá uma retração média anual de 0,2% em volume e um avanço de 16,8% ao ano em receita, chegando ao fim do período com receita de R$ 41,3 bilhões e vendas na casa de 1 bilhão de litros.
A categoria cachaça, que responde por 80% do mercado de destilados, ficou estável no ano passado, com vendas de 856,1 milhões de litros. "A cachaça é um mercado maduro. No ano passado, o segmento teve um impacto positivo da Copa do Mundo e fechou estável, revertendo um quadro de quedas anteriores. Não há perspectiva de mudança neste ano em relação a 2014", afirmou Renata Benites Martins, analista de pesquisa da Euromonitor International.
Ricardo Gonçalves, presidente da Cia Müller de Bebidas (dona da Cachaça 51), observou que os consumidores têm ido menos aos bares, o que gera um impacto negativo para o setor de bebidas. "Outra tendência que se nota é a troca de bebidas de maior valor agregado por similares com preço mais baixo, mas não há substituição de uma categoria por outra", disse.
Ainda no segmento de destilados, as linhas de vodca e tequila tiveram desempenho positivo em 2014 e tendem a crescer menos neste ano, com a retração do consumo e a alta do dólar, que torna os importados menos acessíveis.
De acordo com a Euromonitor, em 2014, o mercado de vodca cresceu 17,3% em receita, para R$ 6,6 bilhões e 7,6% em volume, para 45,7 milhões de litros. Já as vendas de tequila aumentaram 15,9% em receita, para R$ 290,7 milhões. Em volume, o aumento foi de 6,9%, para 129,3 milhões de litros.
Renata ponderou que o consumo de tequila representa 0,13% do mercado de destilados e, por ter uma base de comparação pequena, as variações são mais fortes. No caso da vodca, que representa 6% dos destilados, o crescimento foi resultado de campanhas de marketing desenvolvidas por fabricantes como Diageo e Pernod Ricard, e do consumo pelo público jovem.
A Euromonitor estima que as vendas de tequila vão crescer, em média, 6,7% ao ano até 2019. No caso da vodca, o crescimento médio anual esperado é de 7,1%.
Carlos Moura, diretor-geral do grupo Campari no Brasil, disse ver uma tendência no país de substituição de bebidas importadas, como uísque e vodca, por produtos nacionais. A Campari não divulga projeção de vendas para o ano, mas informou que vê oportunidades para ampliar o volume de vendas de destilados no país.
Valor Economico
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