A Nutella virou alvo de uma discórdia entre França e Itália. Isso porque a ministra da Ecologia da França, Ségolène Royal, disse que era preciso parar de comer Nutella porque o creme de avelã era feito com óleo de palma e que causava impactos ambientais.
"É preciso reflorestar de modo massivo porque houve um desmatamento grande que contribuiu para o aquecimento global. É preciso parar de comer Nutella, por exemplo, porque é feita com óleo de palma", disse a ministra na noite de segunda-feira em entrevista à emissora francesa Canal+. A ministra acrescentou ainda que o creme de avelã deveria ser produzido com outros ingredientes.
O ministro do Ambiente da Itália, Luca Galletti, não poupou a ministra e retrucou: "Ségolène Royal está preocupada. Deixe os produtos italianos em paz. A janta de hoje (...) será pão com Nutella", disse Galetti, segundo a FolhaPress. A Nutella é fabricada pela italiana Ferrero.
Ontem, no entanto, a ministra recuou e pediu desculpas, por meio de sua conta no Twitter: "Mil desculpas pela polêmica sobre a Nutella. De acordo, progresso feito deve ser reconhecido", disse.
Na terça-feira, a Ferrero emitiu um comunicado, sem se referir diretamente à fala da ministra francesa afirmando que é "consciente das questões ambientais" e que adotou diversos compromissos em relação ao fornecimento da matéria-prima. Segundo a Ferrero, o óleo de palma é importado da Malásia, Papua-Nova Guiné e também do Brasil. A empresa informou ainda que tem a rastreabilidade de suas matérias-primas, por meio da Mesa Redonda por um Óleo de Palma Sustentável, que assegura certificação de produtos.
Não é a primeira vez que a Nutella é alvo de polêmica na França. Em 2012, o Parlamento do país votou e rejeitou um projeto de lei que propunha um aumento de 300% na taxa sobre o óleo de palma. Os defensores da medida argumentavam que o produto seria prejudicial ao meio ambiente e que contribuía para a obesidade infantil.
Valor Economico
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