quarta-feira, 03 de junho, 2015

Inflação já afeta materiais promocionais e demanda cai

Os efeitos da estagnação econômica se tornam perceptíveis às gráficas que produzem materiais promocionais para ações de marketing. Ante a diminuição do volume de vendas, novos modelos para otimização dos investimentos viram alternativa.
"A partir de janeiro, a redução se tornou marcante, girando em torno dos 20% no primeiro quadrimestre do ano", declarou o gerente de Supply Chain da Gráfica Posigraf (vinculada ao Grupo Positivo), Marco Antonio Conte. "Com o aumento da energia elétrica e do dólar, que determina o custo do nosso insumo, tivemos que repassar um reajuste ao cliente muito maior do que a inflação", sinalizou Conte.
De acordo com o presidente da Confederação Latino-Americana da Indústria Gráfica (Conlatingraf), Fabio Arruda Mortara, o resultado da equação foi a diminuição no porte dos pedidos para a área de promoções. "Já percebemos que nosso job ticket está menor. As agências continuam fazendo trabalhos, mas em valores menores que antes", afirmou o executivo.
Segundo Mortara, um 2014 aquecido por eventos como Copa do Mundo e eleições - "bons indutores de trabalhos gráficos" - é um dos fatores que compuseram o cenário de retração, tal como a maior adoção de ferramentas de marketing digital. "Sabemos que as agências de publicidade e marketing também estão passando por um momento de desafios", avaliou.
Para os fornecedores, a saída é minimizar o cenário. "O primeiro efeito foi queda de preços praticados pelas gráficas. A segunda ação é a busca de nichos mais rentáveis", explicou o presidente da Conlatingraf. Já a Posigraf aposta em novas tecnologias, como utilizar o geomarketing e a auditoria na distribuição de impressos promocionais.
Oportunidade
Se o cenário parece complicado para as gráficas, ele se aproxima do ideal para a InnerWorkings, que quer aumentar a sua participação junto às pequenas e médias empresas.
A companhia americana oferece uma espécie de consultoria, que visa diminuir custos com suprimentos de marketing. Para tal, é acionada uma extensa relação de fornecedores gráficos que dão uma "segunda opinião" em matéria de orçamento. Atuando no Brasil desde 2012, a InnerWorkings afirma ter empresas como a Unilever entre o seu portfólio de clientes.
"É um serviço que diminui custos, terceiriza funções e permite que os profissionais foquem em outras estratégias", explica o diretor de operações da companhia no Brasil, Fábio Battaglia. Inicialmente, as operações se restringiam à auditação de serviços gráficos. Com o tempo, a companhia expandiu a área de atuação, reavaliando também cotações de brindes, displays, produtos audiovisuais e gastos com a promoção de eventos.
Para Battaglia, a percepção das empresas que cortam investimentos em marketing durante momentos de crise - movimentação sentida pelo setor gráfico - ainda é equivocada. "São medidas fáceis de se tomar, mas que podem gerar um impacto negativo no futuro. As empresas que querem seguir visíveis procuram gastar melhor a verba".
No caso da Innerworkings, a empresa afirma que a maior vantagem para o contratante é o modelo de negócios da intermediadora, que não gera despesas extras. "A economia que é gerada após a reavaliação é dividida entre nós e o cliente", explica o executivo.
DCI
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