sexta-feira, 11 de dezembro, 2015

Para se manter no mercado, redes de hambúrguer expandem público-alvo

A desaceleração dos gastos com alimentação fora do lar atingiu as hamburguerias do País. Apesar de encontrar uma lacuna de mercado - trazida pela queda nas vendas do McDonald´' -, as redes precisaram se descolar um pouco da classe C, público-alvo, para se aproximar das classes mais abastadas e garantir vendas.
Exemplo disso, a rede Johnny Rockets - que caiu nas graças do brasileiro em função do estilo diferenciado de atendimento - passa agora por uma reformulação. "Estamos nos reposicionando com algumas lojas para atender também ao público A e B. Mas nunca abandonando a classe C", diz o máster-franqueado da rede, Antônio Augusto de Souza.
De acordo com o executivo, a mudança se deu em função dos ganhos este ano ficarem 14% menores que o previsto pela rede. "O mercado está muito difícil e temos custos muito altos", lamenta.
Atualmente, a Johnny Rockets conta com 11 unidades operando no mercado brasileiro e já trabalha com previsão inaugurar quatro novas operações em 2016, sendo que duas devem nascer no formato de franquia.
Segundo Souza, apesar do movimento menos aquecido, a rede ganhou quatro novas lojas este ano, e deve abrir o processo de seleção para franqueados em 2016.
A operação, que mistura serviço rápido e atendimento com garçons, se apoia na experiência do consumidor como diferencial para vender. "Queremos trazer um tratamento diferente para o cliente, de 30 em 30 minutos temos os funcionários dançando na loja, por exemplo", comenta Souza.
Outra estratégia para ganhar o paladar do brasileiro foi entender as demandas locais e, hoje, 100% dos ingredientes usados pela rede são do mercado nacional. "Temos o hambúrguer de picanha, investimos em pratos como massas e costelinha de porco para agradar o paladar dos diversos públicos", detalha.
Unidos pelo português
Apesar de tradicionalmente norte-americano, o fast-food de hambúrguer é a estratégia da portuguesa h3 para crescer no mercado brasileiro. Para garantir espaço por aqui, a rede aposta no incremento dos lanches e opções mais saudáveis.
Mesmo com opções de hambúrgueres grelhados e acompanhamentos que vão do pão, ao arroz e molhos da alta gastronomia, a empresa sentiu a retração econômica. "Tivemos uma ligeira queda que comprometeu em 10% o esperado para a receita deste ano, mas já estamos percebendo uma melhora no último bimestre", contou ao DCI a country manager da h3 no País, Claudia Malaguerra.
Período natalino
Este ano, a rede deve faturar aproximadamente R$ 27 milhões no País, dado que deverá ser reforçado com as vendas no período natalino, que tradicionalmente elevam o fluxo de clientes nas unidades.
mente da crise, diz Claudia, a empresa não deixou de investir em novas lojas e este ano realizou três inaugurações, sendo duas unidades próprias e uma franquia. Com isso, a h3 irá encerrar o ano com 17 unidades - sendo 14 da própria rede e 3 franqueadas. Além do Brasil, a h3 conta com operações em Angola, além de 50 unidades em Portugal.
Com relação aos itens que mais agradam o brasileiro, a executiva cita o champignon e o carbonara. "Apesar do x-burguer ser um prato bastante vendido, ele não é o mais pedido na rede", completou.
Enquanto as redes de hamburguerias se esforçam para manter a rentabilidade alta, o mais tradicional hambúrguer das Américas, o do McDonald's, enfrenta um período de baixas vendas e impacto do dólar na operação. No terceiro trimestre deste ano Arcos Dorados, franqueado máster da empresa na América Latina, registrou queda 32,3% na receita no País, na comparação anual, somando US$ 311,8 milhões no período.
DCI
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