As vendas do varejo restrito devem fechar 2015 com queda de 7% em São Paulo, e no próximo ano deverão registrar mais um recuo de 5%, de acordo com estimativa divulgada nesta quarta-feira pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Para o país, a entidade estima quedas de 9% e de 6%, respectivamente. O varejo restrito não inclui veículos e materiais de construção.
A FecomercioSP prevê que a massa de rendimentos dos trabalhadores caia em 2016 na mesma proporção deste ano, 3%, o que aliado a uma inflação ainda alta, de 7%, e menor concessão de crédito (-5%), deve manter os consumidores mais retraídos. Neste ano, o índice de confiança do consumidor medido pela entidade deve cair 20%, enquando o referente aos empresários deve recuar 24%, ante 2014.
Endividamento
O consumidor cortou gastos e ajustou orçamento até onde pôde. Apesar disso, com preços e juros cada vez mais altos, viu-se obrigado a se endividar novamente - agora, porém, não para comprar bens duráveis, mas para tentar manter o padrão de vida conquistado nos últimos anos, ressalta a entidade.
De acordo com a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) - também desenvolvida pela FecomercioSP -, em novembro, 49,3% das famílias paulistas tinham algum tipo de dívida, uma alta de 5,5 pontos porcentuais em relação ao mesmo período do ano anterior (43,8%). As famílias com contas em atraso alcançaram 17,1% no mesmo mês (ante 10,5% em novembro de 2014), e as que não terão condições de honrar com os seus compromissos no mês seguinte atingiram 6,8% (ante 3,5% no mesmo mês do ano passado).
O maior endividamento do consumidor também deve impedir uma retomada das vendas do varejo, avalia a entidade. Esse cenário pode piorar em 2016 com a queda da renda e o aumento do desemprego. A FecomercioSP estima, ainda, queda de 3% no PIB deste ano e também do próximo.
VALOR ECONÔMICO – 09/12/2015