segunda-feira, 23 de novembro, 2015

Caramuru reforça o caixa e amplia seus investimentos

Maior processadora de grãos de capital nacional, a Caramuru Alimentos, com sede em Itumbiara, em Goiás, acaba de fechar um financiamento de pré-pagamento de exportação de US$ 180 milhões para reforçar o caixa, alongar dívidas e dar continuidade a investimentos em curso, que neste ano alcançam cerca de R$ 100 milhões.
De acordo com César Borges de Sousa, vice-presidente da empresa, o financiamento foi obtido junto a um pool de bancos internacionais liderado pelo The Bank of Tokyo-Mitsubishi. Também fazem parte do grupo o ABN Amro, o Deutsche Bank, o Rabobank, o Scotia Bank e o Natixis. Cada instituição participa do negócio com US$ 30 milhões.
A operação tem dois anos de carência e prazo médio de pagamento de três anos. As taxas de juros não foram reveladas, mas, conforme Borges de Sousa, foram vantajosas o suficiente para justificar a antecipação dessa tomada de crédito, que estava prevista apenas para o ano que vem.
Um dos principais projetos da Caramuru que serão alimentados por parte desses recursos é a implantação de uma alternativa de escoamento da produção de proteína concentrada de soja da fábrica da companhia em Sorriso, em Mato Grosso, pela região Norte.
A unidade tem capacidade para produzir entre 180 mil e 200 mil toneladas do produto por ano, e todo o volume é destinado ao mercado externo. Atualmente, os embarques são feitos no porto de Santos, no litoral de São Paulo, e com a saída pelo Norte, a economia de frete é estimada entre 25% e 30%.
O projeto, que está em andamento, prevê investimentos totais da ordem de R$ 45 milhões - parte financiado com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Norte (FNO) -, contempla a construção de uma unidade de transbordo em Itaituba, no Pará, e outra no porto de Santana, no Amapá. A expectativa da Caramuru é que o transporte por esse caminho comece no fim de 2016.
No futuro, além da proteína concentrada de soja outros produtos de exportação da empresa também poderão ser escoados pelo Norte. "É o caso do milho, já que o país está se firmando como um exportador importante".
Outros investimentos que serão irrigados com o empréstimo fechado são a ampliação da capacidade de processamento de soja da unidade de Sorriso, de mil para 1,2 mil toneladas por dia, e a instalações de duas plantas de cogeração de energia elétrica, em Sorriso e em Itumbiara. Essas plantas contam com recursos do BNDES.
Ainda no complexo de Sorriso, a Caramuru também está erguendo uma unidade de produção de biodiesel a partir de aportes de R$ 24,5 milhões, financiados pelo Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO).
Borges de Sousa realça, ainda, que a empresa inaugurou recentemente sua nova esmagadora de soja de Ipameri, em Goiás, que absorveu investimentos totais de quase R$ 90 milhões nos últimos anos. A fábrica tem capacidade para processar 1,5 mil toneladas por dia.
Com a forte valorização do dólar em relação ao real, a receita líquida da Caramuru em 2015 poderá superar os R$ 3,5 bilhões previstos inicialmente. No ano passado, foram R$ 3 bilhões. As exportações deverão contribuir com cerca de US$ 700 milhões.
Valor Economico
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