Domno planeja crescer 35% e investe em produção própria

Longe do mau humor dos consumidores em relação aos rumos da economia, a vinícola Domno, de Garibaldi (RS), prevê crescer 35% em produção e faturamento neste ano, ao mesmo tempo em que planeja investir em uma linha própria de vinho-base para elaboração de espumantes. A empresa, que faz parte do grupo Valduga, pretende colocar o equipamento em operação em 2017 para garantir capacidade de produção compatível com as projeções de expansão dos negócios até 2020.
Conforme o diretor Jones Valduga, a linha de vinificação poderá extrair 1,5 milhão de litros de vinho-base por ano com um processo de prensagem e filtragem que evita o contato do produto com o oxigênio e proporciona maior qualidade, frescor e longevidade ao espumante. Hoje a Domno utiliza as instalações da vinícola Valduga, mas a intenção é concentrar todo o processo sob controle da empresa, que já faz a segunda fermentação e o envase. O investimento é estimado em R$ 6 milhões.
Fundada em 2008, a Domno é focada na produção própria de espumantes, um segmento onde os rótulos nacionais predominam, e na importação de vinhos finos, mercado onde quem manda são os produtos estrangeiros. Neste ano, o faturamento previsto é de R$ 22 milhões, sendo dois terços por conta dos espumantes, que devem alcançar vendas de 1 milhão de litros das marcas Ponto Nero e Alto Vale, também com expansão de 35%.
O percentual é o mesmo projetado para o crescimento das vendas de vinhos, que devem fechar em 500 mil garrafas, o equivalente a 375 mil litros, explica Valduga. "Cada vez mais os vinhos e espumantes são consumidos ao longo de todo o ano, e não apenas em datas especiais", afirma o executivo, que vê nesta mudança a principal razão do aumento da demanda mesmo num cenário de incerteza econômica.
Segundo a União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), o volume comercializado no mercado interno cresceu 7,2% nos vinhos e 3,6% nos espumantes de janeiro a julho sobre igual período de 2013, para 51,4 milhões e 6,5 milhões de litros, respectivamente. O volume inclui produtos nacionais e importados.
A linha de vinhos importados pela Domno já alcança 90 rótulos de seis países (Argentina, Chile, Portugal, Espanha, França e Itália) e o plano para 2015 é acrescentar outras 25 marcas, inclusive de origens como Califórnia (EUA) e África do Sul. Os preços nos pontos de venda variam de R$ 25 a R$ 650, mas o maior volume concentra-se na faixa de R$ 30 a R$ 70, diz Valduga.
No segmento de espumantes, a empresa também iniciou as exportações em 2013 com um embarque de 3,6 mil garrafas para Angola e neste ano o volume chegará a quase 8 mil unidades para o mesmo país. No mercado interno, as vendas são mais fortes nas regiões Sudeste e Sul, mas outras partes do país, como o Nordeste, também apresentam boa demanda. "Vendemos em todos os Estados, com exceção do Amapá e do Pará", afirma o diretor.