Chineses revendem iPhones por preços até 50% maiores

No primeiro fim de semana de vendas da nova geração do iPhone, os consumidores lotaram lojas da Apple em todo o mundo. Na de Nova York, a mais famosa, a consultoria Piper Jaffray contou quase duas mil pessoas, um terço a mais que no lançamento da versão anterior, no ano passado. Mas nem todos os interessados são fãs do aparelho. Muita gente vê no lançamento uma oportunidade de fazer dinheiro.
Em Hong Kong, centenas de chineses revendiam aparelhos adquiridos minutos antes por até 50% mais que o preço oficial - entre US$ 720 e US$ 927 para o modelo com tela de 4,7 polegadas, e entre US$ 824 e US$ 1043 para o de 6 polegadas. Na porta do IFC Mall, um dos maiores shopping centers da cidade, os compradores eram abordados logo na saída da loja. "É uma forma de fazer dinheiro rápido", disse, sorridente, uma jovem que acabara de vender um modelo dourado de 4,7 polegadas comprado na loja da Apple com vista para a Victoria Bay.
Responsável pela produção global de boa parte dos produtos da Apple, a China continental, curiosamente, não entrou na lista dos primeiros dez países a receberem os smartphones. Privilegiar Hong Kong tem sido uma prática comum da Apple. Talvez porque boa parte do que é vendido na ex-colônia britânica vai para a China de qualquer forma. A seu favor, os compradores têm o câmbio chinês mais valorizado que o de Hong Kong e a demanda certa pelos aparelhos. Em grandes cidades do país, o iPhone é tão disputado quanto modelos mais acessíveis da Samsung ou de fabricantes locais como Xiaomi, Huawei e Lenovo.
A expectativa é que a Apple revele, hoje, os números de vendas de iPhones no fim de semana. Na semana passada, a empresa já havia anunciado um volume recorde na pré-venda, iniciada no dia 12.
O jornalista viajou a convite da Huawei