quinta-feira, 03 de julho, 2014

Volks e Fiat são as que mais perdem mercado

Transcorridos os seis primeiros meses de 2014, apenas quatro montadoras instaladas no país - Hyundai, Renault, Toyota e Mitsubishi -, além de marcas de luxo, conseguem driblar a queda no consumo de carros e registrar aumento dos volumes neste ano.
Na direção oposta, Volkswagen e Fiat, nessa ordem, são as que mais perdem vendas, como reflexo da aposentadoria de seus modelos mais acessíveis após a obrigatoriedade de novos dispositivos de segurança (airbags e freios ABS) nos automóveis.
Ontem, a Fenabrave, entidade que abriga as concessionárias de veículos, confirmou a queda superior a 7% do consumo de carros no primeiro semestre, um período em que a concentração de mercado nas marcas do pelotão de frente da indústria caiu ainda mais e o aumento das vendas a frotas ajudou a minimizar o pífio desempenho do setor no varejo.
A participação das quatro maiores marcas do país - Fiat, Volkswagen, General Motors (GM) e Ford - caiu de 68,4%, percentual de um ano atrás, para 65,9%. Só a Volkswagen vendeu quase 50 mil carros a menos, o que reduziu sua fatia sobre o mercado total em 1,6 ponto percentual, para 17,6%. Na líder Fiat, a perda foi equivalente a 37,9 mil automóveis de passeio e utilitários leves, com queda de 22,3% para 21,6% na participação.
O recuo na parcela abocanhada pela GM foi inferior, de 17,9% para 17,6%, enquanto a Ford conseguiu defender a participação superior a 9% das vendas totais.
Os números comprovam que as montadoras tradicionais estão tendo de dividir cada vez mais o bolo com as marcas que se lançaram aos segmentos mais populares do mercado, ao mesmo tempo em que avança o consumo nas faixas mais sofisticadas, incluindo os automóveis premium.
Hyundai, ainda aproveitando o sucesso do HB20, e a Renault, numa recuperação ao fraco desempenho do início de 2013 - quando parou a produção por dois meses para ampliação da fábrica no Paraná - crescem, respectivamente, 9,7% e 8%. Ou seja, esquentou a disputa pela quinta colocação no ranking brasileiro, ainda ocupada, com pouca folga, pela marca francesa.
A Toyota, que, assim como a Hyundai, se lançou ao mercado de compactos há dois anos com o lançamento do Etios, registrou crescimento de 3,5% na primeira metade do ano. Por sua vez, a também japonesa Mitsubishi teve alta de 0,4%, ou 100 carros a mais, em igual período.
As marcas de luxo alemãs também estão no azul, com crescimento que chega a casa dos três dígitos - como o da Audi, cujos volumes subiram 119%. As vendas de carros da BMW avançaram 16,4% e as da Mercedes-Benz, 15%.
Ao divulgar ontem os resultados de junho, a Fenabrave revisou para 8,1% sua projeção de queda nos emplacamentos de veículos, incluindo caminhões e ônibus, em 2014. As vendas do setor no acumulado do ano já caem 7,6% e chegaram ao nível mais baixo em quatro anos com as 1,66 milhão de unidades licenciadas desde janeiro. O resultado poderia ter sido pior, não fossem as vendas para frotas, que sobem mais de 10% neste ano.
Segundo o presidente da Fenabrave, Flavio Meneghetti, o efeito negativo da Copa sobre as vendas de automóveis está sendo pior do que as expectativas. Dado o impacto do Mundial - que reduziu o fluxo de consumidores nas concessionárias, assim como o horário ou dias de funcionamento das lojas -, a Fenabrave calcula que o setor vai perder praticamente um mês de trabalho entre junho e julho.
"A gente imaginava que a Copa fosse afetar o mercado, mas não tão drasticamente como está acontecendo", disse Meneghetti.
Valor
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