quinta-feira, 10 de julho, 2014

Tetra Pak inaugura expansão e já pensa em novo aumento

Líder absoluta no país em fornecimento de embalagens cartonadas assépticas, a famosa caixa longa vida, a Tetra Pak inaugura hoje a expansão da fábrica de Ponta Grossa (PR), com investimentos de R$ 200 milhões, e já vislumbra uma nova rodada de crescimento na região. A decisão, de acordo com o vice-presidente da Tetra Pak para a América do Norte, Central e Sul, Paulo Nigro, deve ser tomada em 2017, quando a capacidade produtiva da nova linha poderá estar completamente tomada.
A fábrica prevista para os próximos anos, porém, não necessariamente será instalada no Brasil, que desde 2007 recebeu € 1 bilhão em aportes da multinacional. Conforme Nigro, com a expansão da unidade em Ponta Grossa, a operação brasileira estará apta a atender ao crescimento esperado para a demanda interna. Além disso, diante da reorganização global do grupo, que resultou na redução do número de regiões de negócio de dez para cinco e na unificação dos comandos no continente americano, o Brasil poderá exportar embalagens também para a América do Norte, em um movimento inédito para a Tetra Pak do Brasil.
Hoje, por restrição de capacidade produtiva, as exportações se aproximam de 15% da produção. O ideal, segundo Nigro, seria alcançar entre 20% e 25%. "Vamos trabalhar para isso", afirmou o executivo, que em 1º de julho passou o comando da operação brasileira para o engenheiro mecânico Marcelo Queiroz, que estava à frente da Tetra Pak Leste da África. Ao mesmo tempo, Nigro, também engenheiro mecânico, assumiu o comando nas Américas e está de mudança para os Estados Unidos.
Além de abrir potenciais novos mercados para as embalagens produzidas no Brasil, o novo desenho do comando da Tetra Pak, na avaliação de Nigro, gera sinergias e representa oportunidade de negócios para os clientes da própria companhia. "Há um grande cliente mexicano que já demonstrou interesse no Brasil e clientes do Norte poderão vir à América Latina", comentou. Há dez anos, contou Nigro, um grupo de 100 clientes era responsável por 50% do faturamento da Tetra Pak. Hoje, essa fatia é gerada a partir de contratos com apenas 43 clientes. "Isso torna lógica a consolidação da gestão", acrescentou.
A nova linha em Ponta Grossa, que inicia produção comercial em setembro, vai elevar a capacidade de produção da Tetra Pak no Paraná em cerca de 70%, para 13 bilhões de unidades por ano. Considerando-se a outra fábrica da multinacional no país, em Monte Mor (SP), que foi ampliada em 2010, a capacidade produtiva total chegará a 22 bilhões de embalagens por ano. Principal concorrente da multinacional, a SIG Combibloc, que integra o grupo neozelandês Rank, também está investindo no Brasil e prevê produção local de 3 bilhões de embalagens no ano que vem.
"Essa capacidade coloca a Tetra Pak do Brasil em uma posição privilegiada. Caixinha não vai faltar no país", brincou o executivo. A nova linha já nasce com certa ocupação, uma vez que determinados formatos de embalagem que eram importadas da própria Tetra Pak em outros países passarão a ser produzidas no país. Para permitir a produção desses itens, e refletir os impactos do câmbio e da inflação, o investimento no projeto subiu dos R$ 150 milhões inicialmente estimados para R$ 200 milhões - em recursos próprios da operação brasileira.
Os contratos de fornecimento de matéria-prima para o projeto de expansão, segundo Nigro, já foram firmados com Klabin (cartão), Braskem (polietileno) e Alcoa e CBA (alumínio), que são fornecedores históricos da empresa. A aposta no país, segundo maior mercado mundial para a Tetra Pak, leva em conta o ritmo expressivo de crescimento das vendas nos últimos sete anos: média de 5,5% ao ano, para 13 bilhões de unidades em 2013. Para 2014, a previsão é a de crescimento de 5% a 6% no faturamento, que foi de R$ 4,6 bilhões no ano passado, e de 4,5% a 5% no volume de vendas.
Uma das principais apostas da Tetra Pak para crescer acima da média do mercado de embalagens é investir em inovação. Por ano, 4% do faturamento líquido do grupo é destinado para esse fim.
Valor Econômico - 10/07/2014
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