segunda-feira, 14 de julho, 2014

Nespresso espera que brasileiro deguste café como se fosse vinho

O Brasil tem o segundo maior mercado de café do mundo, mas a versão da bebida em cápsulas ainda está restrita a cerca de 1% dos lares no Brasil. Em sua primeira visita ao país como executivo-chefe global da Nespresso, o suíço Jean Marc Duvoisin disse que estima que a categoria esteja presente em 20% dos lares brasileiros no longo prazo, marca semelhante a de mercados desenvolvidos. Esse avanço, segundo ele, ocorrerá sob a liderança da marca.

A marca da Nestlé chegou ao Brasil há sete anos. Atualmente, o país figura entre as dez maiores operações da Nespresso no mundo, de um total de 59. "A classe média alta é um grupo que está crescendo muito fortemente no Brasil e é o público ao qual dedicamos nossa marca", diz Duvoisin.

A ambição do executivo é que os consumidores degustem café de forma semelhante a um vinho, valorizando sua origem, aroma e sabor. "Na Europa, está crescendo muito o conhecimento do mundo do café. No Brasil, estou certo de que também vamos chegar a esse nível. É um país que ama café e já tem uma cultura de café", afirma.

Apesar de não ter uma fábrica no Brasil, a cadeia de produção da Nespresso começa no país. O grupo compra o grão de 2,2 mil produtores locais, e cerca de 70% do café vendido nas cápsulas é de origem brasileira. "Se o Brasil crescer bastante, podemos brigar por uma fábrica aqui", afirma Stefan Nilsson, executivo que inaugurou a operação local e está à sua frente. A marca tem duas fábricas de cápsulas, que ficam na Suíça, onde a Nespresso nasceu há 28 anos.

No fim de 2012, a Nespresso reduziu em mais de 20% os preços das cápsulas no Brasil. A mais em conta passou de R$ 1,90 para R$ 1,50. Esse ajuste, segundo Nilsson, foi possível a partir de negociação com transportadoras e foi importante para impulsionar o crescimento da marca. Ainda assim, o produto é mais caro que o da concorrência. A tradicional marca brasileira 3 Corações, por exemplo, começou a atuar nessa categoria este ano, e suas cápsulas custam de R$ 1,10 a R$ 1,50.

Apesar de não ser o foco da marca, a venda de máquinas e cápsulas para empresas, hotéis e restaurantes também "cresce bem" no Brasil, segundo Duvoisin. "Quando as pessoas têm a possibilidade de tomar um bom café dentro de casa, elas exigem isso fora também", diz.

O mercado brasileiro de café em monodose cresce 30% ao ano, segundo Nilsson. Em fevereiro, o vice-presidente da Nestlé para unidades de negócios estratégicos, Patrice Bula, informou que no Brasil tanto o sistema Nespresso quanto o Dolce Gusto - mais popular - cresceram acima de 50% no ano passado.
Valor Econômico - 08/07/2014
Produtos relacionados
Ver esta noticia em: english
Outras noticias
DATAMARK LTDA. © Copyright 1998-2024 ®All rights reserved.Av. Brig. Faria Lima,1993 3º andar 01452-001 São Paulo/SP