sexta-feira, 19 de dezembro, 2014

Vendas de carros crescem em dezembro

As expectativas das montadoras de um dezembro forte para desovar estoques e melhorar os resultados negativos deste ano estão, pelo menos até o momento, sendo confirmadas. Dados preliminares mostram que as vendas de veículos - entre carros, utilitários leves, caminhões e ônibus - avançam, neste mês, 13,5% na comparação com novembro e 5,9% em relação ao forte desempenho de dezembro do ano passado, cujo resultado final foi o melhor de 2013.
Colabora para esse desempenho o calendário comercialmente mais longo deste mês, com dois dias úteis a mais de venda do que novembro e um a mais do que o dezembro do ano passado. Mas a média diária de emplacamentos, de 15,7 mil carros, também indica um mercado aquecido e, se mantida, será a melhor marca deste ano, superando com folga as pouco mais de 14 mil unidades diárias registradas em abril e novembro.
O movimento tem como pano de fundo a expectativa de retirada dos descontos no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis na virada do ano, o que leva à corrida de consumidores às concessionárias antes do aumento dos preços.
A Anfavea, que representa as montadoras instaladas no país, tem anunciado que o governo voltará a cobrar o IPI cheio em janeiro. Mas a recomposição do imposto ainda está em discussão em Brasília. As chances de manutenção dos atuais descontos foram reduzidas diante da promessa de maior rigor fiscal da nova equipe econômica. O setor, porém, ainda "briga" para que o aumento das alíquotas seja, ao menos, feito de forma gradual. Se isso não for possível, o impacto no preço do carro popular é estimado pela Anfavea em 4,5%.
Para Olivier Murguet, presidente da Renault no Brasil, o impacto produzido pelo aumento do IPI no mercado pode ser equivalente a uma perda de 4% a 5% das vendas. Ele diz que os efeitos começarão a ser sentidos em fevereiro, uma vez que em janeiro o mercado ainda terá à disposição estoques de carros com IPI reduzido. Mesmo assim, o executivo diz entender o lado do governo. "Isso [a alta do IPI] é coerente com as políticas para equilibrar as contas públicas".
Com o aquecimento do mercado em dezembro, a queda das vendas de veículos no acumulado do ano caiu para 7,6%, após fechar novembro em 8,4%. É um percentual ainda distante dos 5,4% negativos previstos pela Anfavea. Por outro lado, também se afasta de previsões mais pessimistas que apontavam para queda próxima de 10% em 2014, assim como representa uma moderação do tombo que chegou a alcançar baixa acumulada de 9,7% até agosto.
A tendência é que o ritmo de emplacamentos continue forte nos próximos dias, com a corrida das marcas para melhorar os resultados do ano. Há, por exemplo, um grande esforço da Volkswagen para recuperar a liderança do Gol, perdida para o Palio no mês passado. As campanhas publicitárias exploram cada vez mais o mote do "último mês de IPI reduzido".
Ao mesmo tempo em que jogam fichas na aceleração das vendas, a maioria das montadoras começou a dar nesta semana férias coletivas de fim de ano mais longas. Com vendas em alta e paradas na produção, o objetivo é normalizar estoques que superaram 414 mil veículos no fim de outubro.
Valor Economico
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