quinta-feira, 02 de outubro, 2014

Fiat entra no segmento de utilitário esportivo pequeno

De olho na crescente demanda por veículos utilitários pequenos e econômicos, a Fiat SpA está lançando uma nova versão do seu Fiat 500 hoje, no salão do automóvel de Paris, na esperança de reviver as vendas na Europa e conquistar mercados nos Estados Unidos e na China.
Com o lançamento do 500X, a montadora italiana se une a um grupo de concorrentes, como General Motors Co., Honda Motor Co., Nissan Motor Co. e Ford Motor Co., que oferecem utilitários esportivos compactos. Embora a competição esteja acirrada, o novo carro chega em meio a um aumento da demanda por utilitários pequenos e mais econômicos, principalmente na China e nos EUA - dois mercados que estão crescendo e representam um grande potencial de lucro.
O 500, ou "Cinquecento", em italiano, foi lançado pela primeira vez nos anos 50. A marca foi ressuscitada pelo diretor-presidente da Fiat, Sergio Marchionne, em 2007 e se tornou relativamente popular na Itália, Europa e em alguns mercados emergentes. Suas vendas globais, entretanto, nunca atingiram as expectativas e vêm caindo desde 2009, quando alcançaram um pico.
Embora o foco atual seja no 500X, o 500 está entrando em seu oitavo ano no mercado sem ter passado por um remodelamento completo, o que leva alguns no setor a perguntar até onde a Fiat pode chegar sem perder compradores temerosos em investir num modelo de carro anterior à crise financeira.
"A Fiat está chegando a um ponto em que terá que atualizar o 500, mas essa certamente não é sua principal prioridade no momento, já que ele continua vendendo bem e ainda há um certo entusiasmo em torno do carro", diz Ian Fletcher, analista da IHS Automotive em Londres.
O novo modelo vai tentar alavancar esse entusiasmo restante, num momento em que Marchionne está dando mais prioridade à América do Norte, um mercado que tem proporcionado um desempenho sólido à Chrysler Group LLC, a unidade americana da Fiat. Em outubro, a Fiat será renomeada Fiat Chrysler Automobiles e terá suas ações negociadas na bolsa de Nova York, duas semanas após o lançamento do novo utilitário.
Foram vendidos cerca de 123 mil unidades do Fiat 500 na América do Norte desde que a Fiat reentrou pomposamente naquele mercado no início de 2011, depois de um hiato de 30 anos. As vendas nos EUA não atingiram as metas de Marchionne e a Fiat superestimou a demanda para o que havia anunciado como um carro compacto de luxo.

O 500 está disponível atualmente em cinco versões diferentes nos EUA, incluindo um modelo elétrico e um conversível, com preços que variam entre US$ 16.500 e US$ 32.000.
A Fiat permanece uma marca de nicho na América do Norte, responsável por menos de 1% das vendas de carros no continente. As ambições do pequeno 500 foram frustradas, em parte, porque os preços da gasolina pararam de subir e os americanos voltaram a comprar carros maiores.
O 500X será lançado na Europa no início do próximo ano e estará disponível em cerca de cem países até o fim de 2015. Em 2012, a Fiat lançou o 500L, uma versão de quatro portas do 500 que vendeu 74.000 unidades na Europa no ano passado e cerca de 69.000 neste ano até agosto.
Embora tenha conservado a pequena e icônica silhueta que define o 500, o novo utilitário da Fiat se beneficia do compartilhamento de muitas peças com o Jeep Renegade, da Chrysler. Os dois carros são montados na mesma fábrica do sul da Itália.
Sérgio Marchionne argumenta que os dois carros se destinam a consumidores diferentes, apesar de serem do mesmo tamanho. Ele disse que o Renegade é direcionado para aqueles interessados nas capacidades fora de estrada normais, enquanto o 500X atrai os motoristas mais urbanos. Marchionne espera aproveitar a preferência crescente dos compradores por veículos mais utilitários.
"Há muita atividade no mercado de utilitários mistos no momento, mas esperamos que essa área cresça na Europa e no resto do mundo nos próximos anos, com as pessoas querendo usar mais esse tipo de modelo", diz Fletcher, da IHS.
Quase 2 milhões de utilitários pequenos ou mistos serão vendidos neste ano, um crescimento de 31% ante 2013, segundo estimativa da IHS. O número deve crescer para 2,6 milhões em 2015 e para 4 milhões em 2019, prevê a IHS.
Valor Econômico - 02/10/2014
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