Estoques sobem e montadoras cortam produção

A indústria automobilística começa a pisar no freio para adequar os estoques de veículos, considerados excessivos pelas montadoras. Em junho, somavam 415 mil unidades. As paradas de produção começaram no mês passado, o que deve contribuir para reduzir o número de carros nos pátios de montadoras e concessionárias.
A General Motors deu licença remunerada de três semanas para os 750 operários da linha que produz o sedã Classic em São José dos Campos. Esses funcionários estavam em férias coletivas desde 22 de julho e voltariam ao trabalho ontem. Com a manutenção da linha parada, a montadora pretende ajustar a produção à demanda do mercado. Os operários só voltarão ao trabalho no dia 26 de agosto.
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A GM também prorrogou até o dia 23 o programa de demissões voluntárias para reduzir o excesso de mão de obra na fábrica de São José. A linha de produção de automóveis no complexo, que antes fabricava os já aposentados Corsa, Zafira e Meriva, produz hoje apenas o Classic e deverá ser fechada no fim do ano.
Para a realização de obras que vão ampliar a capacidade de produção, outras paralisações estão ocorrendo no setor. Na segunda quinzena do mês passado, houve interrupção de linhas de montagem na Volkswagen e na Scania, em São Bernardo. As linhas da PSA Peugeot Citroën vão parar nas próximas duas semanas em Porto Real, no Rio. Cerca de 2,7 mil operários da fábrica terão férias coletivas entre os dias 12 e 26.
As paradas visam aumento de capacidade, mas contribuem para normalizar os estoques atuais, que passaram a ser foco de preocupação nas empresas. Os estoques do fim de junho eram equivalentes a 39 dias de venda. O ideal, dizem representantes das revendas, seria um giro próximo a 30 dias. Hoje, a associação das montadoras, a Anfavea, divulga o balanço de produção e vendas e a situação dos estoques em julho.