segunda-feira, 02 de dezembro, 2013

Brasil Econômico (SP): Encomendas de ônibus caem 20% após protestos

Fabricantes de veículos confirmam parada na renovação da frota de coletivos urbanos após redução das tarifas nas cidades do país. Perda de receita chega a R$ 800 milhões
A redução das tarifas do transporte urbano na maioria das grandes cidades do país fez cair as vendas dos fabricantes de ônibus em20% a partir de setembro, o que comprovaaquedadarenovação da frota de coletivos urbanos pelas empresas de transporte. De acordo com o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Ônibus (Fabus), JoséAntônioFernandes Martins, o setor de carrocerias e chassis fatura R$ 12 bilhões ao ano e aperdade receitanos últimos três meses do ano deve ficar emtorno de R$ 800 milhões.
De acordo com o executivo, que també mé diretor da Marcopolo, as vendas vinham crescendo em 2013,mas mudaram o rumo depois das manifestações populares.“Ocrescimento de 18% divulgado pela Anfavea (associaçãodos fabricantes de veículos) é real,mas foi até setembro. Agora estamos com um cenário completamente diferente. A produção de ônibus deve cair entre 15% e 20% neste último trimestre. Se não houver alguma ação, o nível de emprego pode estar comprometido”, disse.
Martins contou que os impactos da redução das tarifas em junho só chegaram agora, porque ainda havia encomendas sendoentregues.As informações da prefeitura de cidades como o Rio de Janeiro confirmam o alarme de Martins. Segundo a Secretaria de Transportes carioca, a renovação da frota de coletivos urbanos era de 15% a 20%ao ano e, em2013, caiu para apenas 4% e fez o órgão rever os planos de ter 100% dos ônibus comar-condicionado até 2016.
Atualmente, os fabricantes de ônibus empregam 30 mil funcionários diretos e o executivo alerta sobre o risco de diminuição de postos de trabalho. “As manifestações acertaram em cheio o segmento de ônibus urbanos.O setor de veículos rodoviários também parou em função das incertezas sobre a licitação dos serviços interestaduais e internacionais pela Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT)”, explicou o presidente da Fabus, defendendo que o governo respeite os contratos de concessão de transporte, mantendo a segurança jurídica
para o investidor.
Enquanto Martins reclama da queda nas vendas, a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) comemora o melhor ano da história na produção de carros, com alta de
de 3,5% a 4,5% emrelação a 2012.Por trás dessa diferença, dizemespecialistas, está uma política do governo federal que incentiva o transporte individual em detrimento do coletivo.
Brasil Econômico – 29/11/2013
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