segunda-feira, 06 de junho, 2022

Embalagens menores disfarçam aumento de preços e pesam para o consumidor

A inflação oficial do país não reflete o verdadeiro sufoco que os brasileiros passam para colocar comida na mesa. Indicador utilizado pelo governo, o IPCA registra alta de 12,13% em 12 meses e turbina o preço de vários itens nas gôndolas, mas o arrocho no orçamento é agravado também pela chamada “reduflação”, uma estratégia das empresas que consiste em diminuir a quantidade do produto por embalagem sem diminuir o preço nas etiquetas.
“Às vezes o consumidor aumenta o consumo e o gasto com produtos de supermercado e nem consegue perceber qual a razão”, diz a economista Mafalda Valente, professora das Faculdades Promove.
“Não é uma prática ilegal das empresas, desde que elas cumpram as determinações legais, mas serve para confundir o consumidor”, afirma.
Para se ter uma ideia do impacto da “reduflação” na vida real, o IPCA-15, medido pelo IBGE e divulgado em maio, mostrou que o iogurte subiu 2,11%. Porém, uma das marcas líderes de mercado no país diminuiu em 7,4% o volume do produtos por embalagem. Na prática, significa que o consumidor está pagando mais caro ainda por uma quantidade menor.
“O gasto aumenta e a pessoa nem consegue saber qual a razão”, segundo Mafalda Valente.
Situação semelhante acontece com o achocolatado, que teve alta de 4,49% medida pelo IPCA e uma redução de 6,25% em quantidade na embalagem. No caso dos biscoitos, variação inflacionária de 2,84% e de até 33% no tamanho das embalagens.
- Estratégia
“Às vezes, como nos casos de refrigerantes, a empresa lança uma nova embalagem com quantidade menor e não retira de circulação a embalagem maior. Mas vende a embalagem com menos produto por um preço proporcionalmente maior”, reforça a economista Mafalda Valente.
A professora das Faculdades Promove diz que, para não ser surpreendido, o consumidor deve ficar atento na hora das compras e comparar o preço nas gôndolas do supermercado.
“Marcas de um mesmo produto podem vir com quantidades diferentes, mas é impossível para o consumidor ficar fazendo conta na hora da compra. Neste caso, a pessoa pode utilizar a etiqueta nas prateleiras dos supermercados, que são obrigados a mostrar o preço por unidade de medida. Por exemplo: na etiqueta é preciso indicar quanto custa o preço do quilo de um determinado produto. Assim fica mais fácil para o consumidor comparar e saber o preço real”, explica a especialista.
Se o consumidor tiver dúvidas ou identificar algum abuso, a Secretaria Nacional dos Consumidores (Senacon) indica que deve ser registrada uma reclamação na página oficial do órgão.
https://www.hojeemdia.com.br/geral/embalagens-menores-disfarcam-aumento-de-precos-e-pesam-para-o-consumidor-1.903224 Hoje Em Dia - 06/06/2022
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