Investimentos desaceleram

Após um crescimento acelerado nos últimos anos, as startups estão se adequando a um período de mudança, sobretudo no que diz respeito a investimentos.
Em 2021, principalmente, os critérios adotados para investimentos em startups não seguiram os padrões e as avaliações dos indicadores operacionais de sucesso foram menos criteriosas.
É o que aponta Paulo Buso, Diretor de Marketing e Vendas da Associação Brasileira de Startups (Abstartups). "Hoje, estamos vivendo um cenário diferente, os investidores estão buscando menos riscos", afirma, com exclusividade ao Jornal Giro News.
Segundo o último mapeamento da entidade, as verticais com maior número de startups são Edtech (11,5%), HealthTech (9,4%) e Fintechs (8,5%). As retailtechs também têm crescido, à medida que os varejistas buscam soluções para automatizar seus processos. "O varejo recebeu bastante investimento no último ano, e é um mercado muito forte no Brasil, mas ainda há barreiras tecnológicas que podem ser solucionadas por retailtechs."
- Impactos da Pandemia
As mudanças no setor refletem como a economia do mundo todo foi afetada pela pandemia. Apesar disso, as startups seguiram avançando e, em 2021, por exemplo, registraram recordes de investimentos. "O que estamos vendo é uma resposta às mudanças na avaliação de investimentos para as startups, sobretudo para aquelas em busca de rodadas maiores de investimentos. Esse movimento, por sua vez, foi muito influenciado pelas altas taxas de juros e pelo momento de instabilidade política e econômica no mundo todo", revela o diretor. No entanto, o panorama trouxe oportunidades para alguns segmentos.
Um levantamento da Abstartups indica que, em 2020, a maioria das startups (41,4%) manteve o faturamento ou, em 10,4% dos casos, aumentou em 50% ou mais o faturamento. Entre as retailtechs, 60% foram criadas nos últimos dois anos.
- Projeções Futuras
"Para o ano de 2022, o grande desafio será conseguir com que o mundo das startups mantenha o mesmo crescimento dos últimos anos, tanto em relação a investimentos, como o crescimento do número de startups, eventos, times e demais temas relacionados", destaca Paulo. Com a retomada de um cenário diferente, devido à pandemia dos últimos dois anos, o ecossistema de inovação tende a ter vários desafios relacionados à entrega e expectativas do mercado em geral, porém a tendência ainda é positiva.
"Os investidores serão mais cautelosos, sobretudo para captação de rodadas de série B e C. Isso não deverá afetar o crescimento das startups menos maduras, uma vez que investimentos de pré-seed e seed devem manter os padrões de crescimento anteriores", finaliza.