segunda-feira, 13 de maio, 2019

Agtech paulista prepara expansão internacional

Com 12 anos no Brasil e já uma das maiores agtechs da América Latina, a paulista AgroTools negocia com um investidor para crescer lá fora. A ideia é que a receita com exportação de tecnologias, hoje em torno de 30% do total, se aproxime dos 50% até 2022, diz à coluna o CEO, Sergio Rocha. A AgroTools trabalha com mapas de propriedades rurais utilizados por bancos, seguradoras, tradings, frigoríficos e varejistas para detectar áreas desmatadas e trabalho escravo, entre outras informações. Com a internacionalização e sem tirar o olho do mercado interno, a empresa prevê que o faturamento salte de R$ 21 milhões previstos neste ano para R$ 140 milhões em 2022. Esse resultado dependerá do aporte de recursos que o novo parceiro fará. A intenção é captar US$ 25 milhões, dos quais US$ 15 milhões para aquisição de empresas. Prata da casa. Rocha pretende fazer do investidor, a ser anunciado em 90 dias, um acionista minoritário da AgroTools e, a partir daí, abrir o segundo escritório fora do Brasil, além do da Argentina. “Nosso foco era ampliar a base de dados e conquistar clientes de peso para nossa tecnologia. Agora é expandir aqui e lá fora.” Colômbia, países da África e do Leste Europeu estão na mira, diz Lucas Tuffi, diretor comercial da AgroTools. Hoje, Estados Unidos, Paraguai, Argentina e Austrália são os principais mercados da agtech. Thank you. Empresas produtoras de grãos e de algodão do Brasil não escondem a satisfação com a demora no acordo comercial entre Estados Unidos e China, agravada após o presidente Donald Trump ter elevado tarifas sobre produtos chineses na sexta-feira. Mesmo cientes de que no longo prazo a guerra comercial deixará a economia mundial desaquecida, os executivos celebraram a possibilidade de o Brasil, por mais um ano, turbinar as exportações de soja e algodão para o gigante asiático. Assopra... Seguradoras comemoraram quando o presidente Jair Bolsonaro prometeu, na Agrishow, em Ribeirão Preto, R$ 1 bilhão para subvenção ao prêmio do seguro agrícola na safra 2019/2020, que começa em julho e termina em junho do ano que vem. O volume de recursos é 67% maior do que o anunciado na última temporada. Daniel Nascimento, vice-presidente da Comissão de Seguro Rural da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), avalia que com esse montante as vendas de apólices poderiam triplicar em relação às 64 mil comercializadas em 2018. ...e bate. Poucos dias depois veio a notícia do corte de 16% no volume de recursos para este ano, de R$ 440,5 bilhões para R$ 370 milhões. “Não esperávamos contingenciamento, mesmo entendendo a situação pela qual o País passa”, diz Nascimento. Ainda assim, ele se diz “confiante” de que para a próxima safra não haverá recuos. Acredita que a receita com as apólices crescerá dois dígitos (ante 6% em 2018), com mais seguradoras oferecendo produtos diferentes para novas regiões e culturas. Pressão etílica. O setor produtivo de etanol brasileiro vai reforçar a pressão para manter a tarifa de até 20% sobre o biocombustível importado, cobrada até agosto. O assunto agitará os bastidores da “Santander ISO Datagro New York Sugar & Etanol Conference 2019”, que ocorrerá na quarta-feira, nos Estados Unidos. Em dobro. Representantes do setor atuarão nos dois lados: tentarão convencer políticos e diplomatas brasileiros presentes da importância da taxação para preservar a competitividade do etanol e negociarão com os americanos, donos do único mercado capaz de exportar o biocombustível ao País e o principal prejudicado com a tarifa do Brasil. Disparada. Mesmo com a tarifa, em abril o Brasil importou 227,8 milhões de litros de etanol, 106,4% a mais que os 110,35 milhões de litros adquiridos no exterior em março, o que reforçou os argumentos aos produtores daqui. Na pauta. A Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra a lei 15.684/2015, que regulamentou o Programa de Regularização Ambiental (PRA) no Estado de São Paulo, deve ser julgada na sessão de quarta-feira pelo Tribunal de Justiça paulista. O programa estadual prevê a regularização das áreas de preservação permanente, da reserva legal e está previsto no Código Florestal Brasileiro, de 2012. Mas está suspenso liminarmente em São Paulo desde maio de 2016, por ser menos restritivo e mais flexível do que a lei federal. Do zero. Se o TJ do Estado de São Paulo acatar a demanda feita na Adin, a elaboração do PRA em São Paulo pode retornar à estaca zero, com a necessidade de uma nova regulamentação, ou caminhar para estâncias superiores da Justiça.
O Estado de S.Paulo - 13/05/2019
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