segunda-feira, 06 de agosto, 2018

Basf pode ampliar vendas em 300 mi de euros

A conclusão da compra de ativos da Bayer pela Basf, anunciada nesta semana, pode gerar aumento imediato de vendas de 300 milhões de euros na América Latina (o equivalente a R$ 1,3 bilhão, com o real em R$ 4,35). A cifra representaria cerca de 20% dos ganhos da companhia na região.O Brasil deve responder por grande parte desse volume, e é hoje o segundo maior mercado da multinacional alemã, atrás dos Estados Unidos. “É muito importante essa relevância do Brasil, já que a produção local tem necessidades diferentes dos EUA”, diz o vice-presidente sênior da Divisão de Soluções para Agricultura da Basf na América Latina, Eduardo Leduc.Globalmente, a receita adicional prevista com a aquisição é de 2 bilhões de euros, ante vendas de 5,7 bilhões de euros da divisão agrícola da companhia em 2017. A aquisição, feita no âmbito da fusão entre Bayer e Monsanto, no ano passado, foi avaliada em 7,6 bilhões de euros e envolve principalmente o negócio global de glufosinato de amônio e de sementes, incluindo variedades, pesquisa e melhoramento. Ontem, em teleconferência, o presidente de soluções para agricultura da Basf, Markus Heldt, manifestou o interesse na manutenção de marcas como a Liberty Link, associada ao uso do princípio ativo glufosinato de amônio e Nunhems, de sementes de hortaliças, com sede na Holanda. “Não temos a intenção de mudar, mas de expandi-las.”A operação coloca a empresa alemã em quarto lugar no mercado global em sementes e proteção de cultivos e terá completa integração estrutural para a partir de janeiro de 2019. “Dificilmente qualquer outra aquisição nos permitiria a entrada da Basf no mercado de sementes com uma estrutura global como essa. Agora, conseguimos estar em todo o ciclo da cultura, desde a decisão da semente, ao tratamento, defensivo e a colheita.”Com a compra, a multinacional incorpora 25 novos campos experimentais e passa a contar com mais de 40 unidades na América Latina. No Brasil, serão 15 novas áreas distribuídas em 10 estados. “Dobramos a presença em áreas de pesquisa, o que amplia a capacidade de desenvolver novas soluções com mais rapidez. É uma aquisição ampla e que nos fortalece em vários aspectos”, avalia Leduc.A empresa investiu 1,9 bilhão de euros em pesquisa e desenvolvimento em 2017, sendo 27% em agricultura, o equivalente a 507 milhões de euros. Com a aquisição, a companhia adicionará 900 milhões de euros de aporte no setor.Liderança A companhia alemã assume a liderança do mercado de sementes de algodão no Brasil, mas tem na soja a maior perspectiva de crescimento. “Ainda estamos em uma fase de introdução de variedades, com um market share mais baixo, mas nosso interesse é ter uma oferta mais robusta”, diz Leduc. Conforme o executivo, a perspectiva é de que novas variedades possam ser lançadas ainda em 2018 e no ano que vem. “Estamos iniciando a fase de ‘descobertas’, onde os times de Bayer e Basf vão conversar sobre o que há de novo. ”Leduc aposta em uma demanda elevada por insumos na safra 2018/2019. “Percebemos uma intenção de uso de tecnologia bastante alta visando garantir produtividade e a área maior em soja e milho.” Com o impasse em relação ao tabelamento de fretes com definição esperada para o final do mês, ele afirma que a empresa já trabalha para garantir a entrega das sementes – que precisa ser feita até o fim de agosto –, descarta o aumento de custos na entrega e também a possibilidade da companhia de adquirir frota própria.
DCI - 03/08/2018
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