terça-feira, 13 de junho, 2017

Grandes papelarias se reinventam no virtual

São Paulo - Diante da crise econômica, empresas tradicionais do setor de papelarias estão reagindo e conseguindo se reinventar através do e-commerce. Na outra ponta, porém, os pequenos lojistas lutam para manter a rentabilidade ante o aumento no índice de mortalidade.
Segundo o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Material de Escritório e Papelaria de São Paulo e Região (Simpa), Antonio Nogueira, não existe um órgão que dimensione esse mercado a nível nacional. Contudo, é inegável, para ele, que a crise política é a principal responsável pela devastação no número de pequenos lojistas.
Dentre as 6 mil papelarias cadastradas no Simpa, 97% pertencem a micro e pequenos empreendedores. Para Nogueira, nunca houve uma temporada tão difícil para o setor quanto 2017 está sendo até o momento. Nos últimos dois anos, segundo ele, o sindicato reduziu em quase 20% a carteira de associados - isso indica que 1,5 mil pequenos varejistas do segmento encerram suas operações.
Proprietário da Papelaria São Miguel, localizada em São Paulo, Nogueira orienta os pequenos lojistas a se ajudarem diante da recessão: "O comerciante varejista de papelarias tem que ver o lojista mais próximo a ele não como concorrente, mas um companheiro. [Além disso] ele precisa sempre se unir aos sindicatos para negociar melhores condições de pagamentos", conjectura o presidente do Simpa.
Longe da crise
Enquanto a crise atrapalha os pequenos varejistas do setor, a Kalunga pretende inaugurar 30 operações neste ano, além de alcançar um faturamento de R$ 2,3 bilhões, que representa uma alta de 13% em relação aos números do ano anterior. Para atingir tais objetivos, a rede quer aprimorar sua integração entre os canais e aumentar a participação do e-commerce em seus ganhos.
Segundo a Kalunga, as vendas virtuais já representam 12% de seu faturamento. "Somos uma plataforma omnichannel. Hoje, os nossos clientes podem comprar na web e receber os produtos nas lojas. Existia uma tendência no mercado que o canal virtual mataria a loja física, mas para nós eles se completam", afirma o diretor comercial da Kalunga, Hoslei Pimenta.
O intuito de abrir 30 operações em 2017 faz parte do plano de expansão agressivo traçado pela empresa nos últimos anos. Seguindo essa linha, a rede admite que a crise até ajuda o seu crescimento físico. "Nós temos muita disponibilidade de pontos, com preços mais acessíveis também. Isso está permitindo com que a gente prossiga o nosso plano de expansão", diz Pimenta.
Com vasta presença no mercado mundial, a Staples desembarcou no Brasil em 2004. Após mais de uma década atuando no varejo on-line nacional, a empresa resolveu abrir sua primeira loja física, com objetivo de conhecer seu público e aprimorar seu serviço de multicanalidade. A aposta, no entanto, não deu certo. O ponto de venda fixo da empresa, aberto em São Paulo em 2015, encerrou sua operação em janeiro deste ano.
"Fizemos um primeiro teste de pop-up store. Ele foi bastante positivo para o nosso objetivo de testar como nós poderíamos aprimorar a estratégia de omnichannel e principalmente entender como a presença física poderia ser um amplificador da nossa marca", explica o CEO da Staples no Brasil, João Paulo Amadio.
Apesar de atuar com modelo de megastore nos Estados Unidos, a Staples foca suas atenções no on-line no Brasil. Neste ano, a empresa voltou a registrar avanço nas vendas: de 20% nos primeiros meses de 2017. "O nosso negócio é vender todo tipo de material que as empresas necessitem", diz.
DCI - 12/06/2017
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