terça-feira, 25 de abril, 2017

Turismo internacional volta a investir para atrair o consumidor brasileiro

São Paulo - Mesmo com um cenário econômico ainda instável, os destinos internacionais voltaram a investir para atrair o turista brasileiro. O sucesso, no entanto, ainda depende de fatores macroeconômicos e comportamento das aéreas.
"Os investimentos em campanhas cooperadas dos nossos parceiros estão dobrando em 2017", comenta o diretor de produtos internacionais da CVC, Fábio Mader citando como exemplo Argentina e Paraguai. De acordo com ele, diferente dos últimos dois anos, o cenário mudou. "Vemos muitos retomando investimento. Não significa que não estavam no passado, mas alguns saíram e já estão voltando", afirma.
Um motivo para sentir um "humor melhor" no mercado é o desempenho das vendas nos últimos meses. Na CVC, por exemplo, no primeiro trimestre as reservas confirmadas no nicho internacional tiveram alta de 37,1%, na comparação com o mesmo período de 2016 . "Nos últimos dois anos, as viagens internacionais passaram de 40% do volume das vendas para 27%, mas agora voltou aos 40%", comenta Mader.
Para o executivo, os investimentos em promoção não apenas põem o País como um importante emissor, mas impulsiona também o fluxo inverso, sobretudo em países próximos. "As campanhas estimulam o brasileiro a viajar, mas também criam interesse do outro lado e tem dos investimentos das companhias aéreas para aumentar a oferta e as melhorias nos aeroportos que são feitas", cita.
Desafios
Para o secretário Geral do Turismo da Grécia, Dimitris Tryfonopoulos, no caso do destino, ainda é necessário superar a crise econômica para ver aumentos significativos no fluxo de passageiros. "O turismo internacional do Brasil continua sendo um desafio positivo para a Grécia em 2017, pois os viajantes com alta renda, estão de fato afetados pela crise econômica, mas acreditamos que isso não é decisivo. No médio curto prazo estamos confiantes de que a economia brasileira vai se recuperar."
Segundo o Banco da Grécia, em 2016, o país apresentou pelo segundo ano consecutivo o declínio nas chegadas de brasileiros. Mesmo assim, Tryfonopoulos, afirma que o Brasil envia cerca de 30 mil passageiros, e é a principal fonte de turistas latino-americanos na Grécia. "Queremos investir exatamente nisso", aponta.
Outro fator crucial para definir o sucesso dos destinos é o comportamento da oferta aérea. Um caso que ilustra isso é Aruba, que em 2016 perdeu voos regulares da Gol. "Se estivessem operando [os voos] teríamos 10% de queda na movimentação, mas com a saída o impacto foi maior", admitiu ao DCI o diretor da autoridade de turismo de Aruba no País, Carlos Barbosa.
Neste ano, a expectativa está melhor já que as companhias que continuam voando ao destino - como Avianca e Copa- tiveram um incremento de assentos e conexões. "A expectativa é que o movimento cresça 10% em 2017. Em março já tivemos sinais positivos", diz, ressaltando que, se a Gol retomar os voos, o avanço imediato seria de 20% no número de brasileiros indo ao país.
O gerente executivo da Emprotur Bariloche, Diego Fernandez Piquin, também cita o aumento da oferta aérea como um fator que deve impulsionar o movimento de brasileiros. "Tivemos confirmações dos voos diretos partindo do estado de São Paulo pela Latam e Azul, além da Aerolíneas Argentinas, que aposta na conectividade e aumenta as conexões diretas", comenta.
De acordo com ele, a perspectiva é receber 30 mil brasileiros na cidade durante 2017. "Isso significa alta entre 10% e 15% ante o verificado na mesma temporada de 2016, quando recebemos 27,5 mil brasileiros", diz Piquin. Atualmente, o Brasil é o maior emissor de turistas para Bariloche.
Estratégias
Mesmo com um cenário instável no País, o porta-voz de Aruba, Carlos Barbosa, acrescenta que há oportunidades de venda, como a busca por diversificação das operadoras de viagens. "Os turistas de nicho estavam comprando de forma individual pela internet, mas como o mercado estava crescendo não se deu tanta atenção. Agora, as operadoras estão comercializando mais este nicho e vão beneficiar nossos eventos como o Triátlon Internacional de Aruba e os festivais de música", afirmou. Além disso, ele comenta que o destino tem expandindo os focos. "Assim como as aéreas estamos indo além do eixo Rio e São Paulo e buscando outros polos", comenta.
No caso da Itália, um destino tradicional entre brasileiros, a diretora da Agência Italiana de Turismo Enit no Brasil, Fernanda Longobardo, contou que o investimento em promoção no País deve aumentar entre 30% e 40% neste ano. "O Brasil é um emissor importante. Está em terceiro lugar entre os emissores de longa distância", explica.
Segundo ela, o país recebeu 873 mil brasileiros em 2015, 14,4% a mais que em 2014. "O Brasil é uma meta importante. Em 2017 esperamos 20% de aumento no fluxo de turistas e até 2020 queremos chegar a 1 milhão de passageiros por ano", afirma.
Outro destino consolidado que tem se mantido positivo é Las Vegas. "Estamos dedicados a continuar a crescer nossa marca no Brasil e extremamente confiantes no potencial de crescimento do mercado brasileiro, e como resultado aumentamos nossos esforços de marketing no Brasil este ano", afirma o vice-presidente de marketing internacional de Las Vegas, Michael Goldsmith. Em 2006, 14,24 mil brasileiros foram a Las Vegas e em apenas nove anos, o número foi para 221,9 mil. "[O Brasil] representa nosso sexto maior mercado internacional", conta. Além de eventos e ações com agentes de turismo, o destino tem tentado fazer promoções com o público direto. "Completamos recentemente uma grande ativação em São Paulo com os chefs Bel Coelho e Rick Moonen. Eles criaram um menu especial com influências dos dois locais e tomaram as ruas de São Paulo em um caminhão de comida da marca."
DCI - 24/04/2017
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